Rui Moreira defende na tomada de posse no Porto um poder local mais forte

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Porto Canal

O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, propôs hoje a criação de uma liga de cidades do Norte do país para que seja possível "reivindicar com eficiência direitos e aspirações legítimos".

No discurso da tomada de posse, Rui Moreira afirmou que cada cidade deve compreender e aceitar que, "se de alguma forma não se unir com outras cidades em torno de interesses que são comuns e partilhados, ficará menos forte, mais limitada estrategicamente, mais isolada".

"O Porto, o Porto livre, pode, e mais do que pode, deve, assumir um papel agregador, deixando claro que não tem a pretensão do domínio e que não aspira senão a ser capital de si mesmo", acrescentou o autarca independente.

O novo presidente revelou que integrará "contributos do programa" com que o PS "se apresentou a votos", destacou a importância do acordo com os socialistas para o desenvolvimento da cidade e revelou querer "ouvir todos".

Considerando o pacto assinado no domingo com os socialistas essencial para viabilizar a gestão da cidade, o primeiro independente eleito presidente da Câmara do Porto não esqueceu os outros eleitos, assegurando "ouvir todos sem exceção".

O acordo firmado com o PS foi elogiado pelo presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, que esteve presente na cerimónia.

Segundo Costa, os "partidos não se afirmam na mesquinhez e mediocridade do aparelho" mas ao "assumir responsavelmente o seu papel".

Moreira garantiu também que nunca deixará de reivindicar o poder local, defendendo a transferência de mais competências do poder central para as autarquias.

"Acredito na importância nodal da descentralização e do poder autárquico, numa perspetiva que, afinal, é de modernidade e de adaptação necessária à evolução das nossas sociedades. O poder local é mais eficiente, é mais económico, é mais racional na utilização de recursos públicos do que outros poderes, e esta cidade é disso demonstração", disse.

O combate à pobreza e exclusão e o apoio aos desempregados foram identificados como o "primeiro desígnio" do presidente da Câmara do Porto, que destacou a importância da coesão para criar uma cidade "mais livre".

Num discurso de oito páginas, o primeiro independente eleito presidente da Câmara do Porto anunciou querer "construir oportunidades", por não poder "tolerar que os portuenses tenham de abandonar a cidade para encontrarem emprego".

O autarca disse ainda que o novo mandato abre um "ciclo de evolução" na autarquia, onde a intenção é manter linhas "de rumo" do autarca cessante, o social-democrata Rui Rio, a quem expressou "gratidão".

Milhares de pessoas encheram esta tarde os Paços do Concelho para assistir à cerimónia de tomada de posse.

Entre os presentes, além do autarca de Lisboa, António Costa, estiveram o líder da federação distrital do PS, José Luís Carneiro, o antigo ministro das Finanças Miguel Cadilhe, o líder do CDS/Porto, Álvaro castello-Branco, e a vice-presidente da Comissão Política Nacional do CDS-PP e deputada Teresa Caeiro, Narciso Miranda, antigo presidente da Câmara de Matosinhos, e o reitor da Universidade do Porto, Marques dos Santos.

Mário Dorminsky e a mulher, Beatriz Pacheco Pereira, que dirigem a cooperativa Cinema Novo, responsável pelo Fantasporto, José António Barros, presidente da AEP, o padre Lino Maia, presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade, e José Eduardo Pinto da Costa, médico legista, foram outras personalidades que também estiveram na Câmara do Porto.

Rui Moreira foi eleito presidente da Câmara do Porto nas eleições de 29 de setembro, obtendo 39,25% dos votos, elegendo seis mandatos.

O PS elegeu três mandatos, com 22,68% dos votos, ficando na terceira posição a coligação PSD/PMT/PPM, com 21,06%, com três mandatos também. A CDU foi a quarta força política mais votada (7,38%), elegendo um vereador.

Além de conquistar a Câmara do Porto, o grupo independente de Rui Moreira lidera também a nova Assembleia Municipal, através do economista Daniel Bessa, conforme determinou a eleição realizada hoje no órgão deliberativo.

A votação dos deputados municipais determinou também que a socialista Ana Paula Vitorino exerça as funções de primeira secretária da mesa e que o segundo secretário seja Miguel Pereira Leite, indicado pela candidatura independente.

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