João Madeira exige mudanças na democracia interna
Porto Canal com Lusa
Lisboa, 25 jun (Lusa) - O primeiro subscritor da moção B à Convenção do Bloco de Esquerda, João Madeira, exigiu hoje o reforço da democracia partidária, com o fim de isenções de quotas e de votos por correspondência em eleições internas.
João Madeira, autor de uma das duas moções de orientação estratégica alternativas à da direção, defendeu também a linha política "desafiante do PS" aprovada na anterior convenção realizada há dois anos.
No entanto, em matéria de relações com o Governo, pediu à direção que imponha aos socialistas "o fim do ciclo de austeridade", recusando "a timidez" e avançando com medidas que representem mudanças concretas na vida dos trabalhadores.
"Somos um pulmão de respiração política da esquerda. Temos de afirmar a nossa autonomia e reforçar a nossa capacidade de intervenção", advogou.
O discurso de João Madeira foi depois sobretudo dedicado à vida interna do Bloco de Esquerda, ponto em que criticou decisões no sentido de isentar membros do partido do pagamento de quotas em vésperas de eleições internas, assim como o aparecimento "de votos aos molhos por correspondência".
Ainda em termos de democracia interna, este mesmo responsável bloquista exigiu o fim da prática de os militantes do Bloco de Esquerda conhecerem pela comunicação social as posições tomadas pelo partido e criticou "quem faz da atividade política uma carreira profissional".
"Não é também com acordos calculistas com a distribuição de lugares no aparelho que reforçaremos a nossa pluralidade e unidade internas", acrescentou.
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