Família de jovem cigana expulsa de França agredida no Kosovo

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Porto Canal / Agências

Lisboa, 20 out (Lusa) -- A jovem cigana expulsa de França e deportada para o Kosovo foi agredida hoje, juntamente com a família, por desconhecidos na cidade de Mitrovica, local onde a família reside atualmente desde a deportação, adiantou fonte policial.

"Os Dibrani estavam a passear em Mitrovica com os seus filhos quando foram agredidos por desconhecidos", disse à AFP uma fonte policial que pediu anonimato.

A mãe de Leonarda, Xhemaili, de 41 anos, "foi esbofeteada e está hospitalizada enquanto as crianças, que ficaram em estado de choque, estão na esquadra da polícia", acrescentou a mesma fonte.

"Isto demonstra que os Dibrani não estão em segurança aqui", acrescentou a fonte.

O presidente francês François Hollande disse hoje que a estudante cigana, deportada para o Kosovo, poderia regressar a França caso fizesse o pedido formal, mas sem a família.

O caso da deportação da jovem cigana, de nome Leonarda Dibrani, provocou uma forte polémica em França, e está já marcado pela realização de vários protestos contra a forma como a jovem foi expulsa do país.

O que acendeu mais os ânimos foi o facto de a polícia ter detido a jovem durante uma excursão escolar, antes de a deportar para o Kosovo com a família, o que levou já milhares de estudantes a manifestarem-se nas ruas e a exigir o regresso da estudante de 15 anos.

"Se ela fizer o pedido, e se ela quiser continuar a estudar, poderá regressar, mas apenas ela", disse Hollande, numa declaração televisiva, fazendo pela primeira vez um comentário sobre este assunto.

O presidente citou também os resultados de um relatório publicado no sábado que dava conta que a deportação foi feita de forma legal, mas que a polícia poderia ter lidado com o caso de melhor forma.

Dibrani respondeu entretanto à proposta de Hollande para dizer que recusa voltar a França se não poder ir com a família.

A jovem está atualmente na cidade de Mitrovica, no Kosovo, onde está a viver com a família desde o dia 09 de outubro, data da deportação.

"Não regresso a França sozinha, não abandono a minha família. Não sou a única que precisa de ir à escola, os meus irmãos e irmãs também precisam", disse a jovem, num francês fluente.

O pai Resat, de 47 anos, acrescentou que a família não se vai dividir e que pretende regressar a França seja por que meios for, de forma legal ou ilegal.

O caso da deportação da família Dibrani surgiu apenas depois de uma organização não-governamental ter denunciado a situação e ter trazido a questão para a opinião pública.

Os pais e cinco irmãos viveram em França por quatro anos enquanto o seu processo de asilo esteve em apreciação. Acabou por ser rejeitado no verão.

Entretanto, o ministro francês do Interior, Manuel Valls, garantiu hoje que a polémica em torno da deportação da aluna de origem kosovar não o fará mudar de estratégia e que a família não será autorizada a regressar.

Numa entrevista ao semanário "Journal du Dimanche", o ministro, que está no centro da polémica, sublinhou que a decisão de expulsão foi justificada.

Segundo os resultados hoje divulgados de um inquérito realizado junto de 1.090 pessoas entre quinta e sexta-feira, 74% das pessoas dizem aprovar a postura do ministro do Interior neste caso.

SV // PJA

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