Universidade do Porto aposta nos estudos sobre a acção missionária em África

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Porto Canal / Agências

Porto, 18 out (Lusa) - O Centro de Estudos Africanos da Universidade do Porto está a apostar na criação uma plataforma de trabalho junto de investigadores e de congregações religiosas para estudar a ação missionária em África, disse hoje um dos responsáveis, Nuno Falcão.

À margem do colóquio internacional "Da evangelização de África à África evangelizadora", Nuno Falcão disse à Lusa, quando questionado sobre dados da ação missionária de portugueses em África, que "existem estudos feitos sobre o tema", mas essa é uma área que "está a ser reorganizada".

Assim, o colóquio, que decorre desde quarta-feira até sábado na Faculdade de Letras da Universidade do Porto (UP), tem como objetivo "motivar estudos futuros", tendo sido organizado pelo Centro de Estudos Africanos da UP para as pessoas apresentarem os estudos feitos, "mas sobretudo para lançar um novo debate e novas ideias".

"Estamos a preparar o nosso trabalho para o período 2015/2020 e uma das áreas e que pretendemos apostar de uma forma renovada é a questão da evangelização, os estudos missionários, numa perspetiva da história religiosa, da história sociológica e da antropologia. Estamos a tentar encontrar uma plataforma de trabalho, uma linha ou rede comum", disse o investigador Nuno Falcão.

Com este colóquio pretendeu-se "alcançar um ponto de encontro com as conferências religiosas que têm documentação referente às missões de século XX", tendo em conta que o período anterior corresponde à nacionalização das ordens e a documentação foi nacionalizada e está hoje na Torre do Tombo e em outros arquivos, disse.

Mas a preservação de arquivos em várias mãos, sobre o século XX, preocupa os estudiosos da área, acrescentou.

"Ultrapassada a nacionalização, os arquivos preservam-se nas mãos dos seus possuidores que são maioritariamente as ordens religiosas. É preciso ter em consideração que Portugal esteve presente em África até 1974 e essa presença traduzia-se também na missão missionária portuguesa que foi muito desenvolvida ao longo do século XX e isso gerou documentação e gerou memória que se pretende ir buscar e salvaguardar", afirmou o responsável.

No debate participou ainda Paul Freston, professor catedrático em religiões e política em contexto global, em escolas do Canadá e do Brasil, que falou sobre os casos de "(re)cristianização" da Europa, que são "ainda pontuais".

O professor catedrático contou que o caso "de maior impacto" que conhece é o da Ucrânia, onde vários pastores africanos têm igrejas "bastante grandes frequentadas por ucranianos".

"Mas essa situação, por enquanto, parece ser a exceção que comprova a regra. Na Europa Ocidental existem igrejas grandes fundadas por emigrantes africanos e da América Latina, mas regra geral essas igrejas são frequentadas por comunidades emigrantes e por poucos nativos do país", completou.

No sábado, está prevista a assinatura de um protocolo de cooperação entre o Centro de Estudos Africanos e várias instituições missionárias.

PYT // VM

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