Líbano apela ao sentido de responsabilidade internacional em relação aos refugiados sírios

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Porto Canal / Agências

Beirute, 18 out (Lusa) -- O Presidente do Líbano, Michel Suleiman, apelou hoje ao sentido de responsabilidade da comunidade internacional em relação aos milhares de refugiados sírios que procuram aquele país, assegurando que a ajuda recebida até à data é insuficiente.

"A comunidade internacional não participa suficientemente no apoio ao Líbano", afirmou o chefe de Estado libanês, num discurso transmitido pelas televisões locais, durante um encontro com os representantes do grupo internacional de apoio ao país, entre eles o coordenador especial da ONU para o Líbano, Derek Plumby.

Para Michel Suleiman, é necessário "estudar um financiamento com base nos relatórios do Banco Mundial", que garantem que o conflito sírio, iniciado em março de 2011, tem custado ao Líbano milhares de milhões de dólares.

O fluxo de dezenas de milhares de pessoas originárias da Síria tem prejudicado gravemente vários setores do país, com particular destaque para a economia, saúde, educação e distribuição de energia elétrica.

Segundo as autoridades libanesas, o desemprego no país aumentou cerca de 20%, cenário que é agravado com o número cada vez mais expressivo de pessoas que vivem no Líbano abaixo do limiar da pobreza: 170 mil em cada um milhão de pessoas.

Numa reunião em Nova Iorque, realizada durante a Assembleia-geral da ONU, a comunidade internacional elogiou "a extrema generosidade do Líbano" e anunciou uma ajuda suplementar de 339 milhões de dólares (247 milhões de euros), dos quais 74 milhões de dólares (54 milhões de euros) eram destinados a ajuda dos refugiados sírios.

No seu último relatório, o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR) assegurou que existem mais de 779.000 sírios no Líbano, enquanto as autoridades locais estimam que o número de pessoas é superior a 1.300.000, dados que não incluem os cerca de 60 mil refugiados palestinianos que também fugiram para o território libanês.

Por seu lado, o representante da ONU, Derek Plumby, sublinhou que o impacto da crise síria "intensificou-se, sendo necessário um apoio internacional forte".

"É necessário ajudar o Líbano a enfrentar a crise dos refugiados sírios. A comunidade internacional deve contribuir financeiramente", disse o representante, segundo um comunicado.

Plumby acrescentou que o grupo internacional de apoio, no qual o representante da ONU participa, irá defender sempre o Líbano, assumindo o compromisso de realizar uma futura reunião com o objetivo de promover uma maior participação da comunidade internacional.

O representante da ONU salientou, no entanto, ser necessário que o Líbano avance com a formação de um novo Governo que seja capaz de enfrentar os desafios que o país encara.

O Líbano não tem Governo desde março passado, uma vez que o novo primeiro-ministro designado, Tamam Salam, não conseguiu formar uma equipa governamental devido às condições impostas pelas diferentes fações políticas do país.

Momentos depois das declarações do Presidente Suleiman, a representante da União Europeia (UE) no Líbano, Angelina Eichhorst, anunciou que o bloco comunitário vai atribuiu 70 milhões de euros adicionais para ajudar os refugiados sírios.

"A UE vai atribuir à sua agência humanitária, ECHO, 70 milhões de euros suplementares para ajudar os refugiados mais necessitados a passar o inverno", declarou Angelina Eichhorst, após o encontro com Michel Suleiman.

"Esta verba vai permitir ajudar durante cinco meses -- de novembro a março -, 90 mil famílias que vivem a mais de 500 metros de altitude em tendas de campanha e 10% das famílias sírias mais vulneráveis que vivem a menos de 500 metros de altitude", especificou a representante comunitária.

O conflito na Síria, que dura há mais de dois anos e meio, já fez mais de 110.000 mortos, dois milhões de refugiados e quatro milhões de deslocados, segundo os dados da ONU.

SCA // MLL

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