Rinocerontes do Quénia vão ter "microchips" para combater caça ilegal
Porto Canal
O Quénia vai implantar "microchips" num milhar de rinocerontes existentes no país para combater a caça furtiva deste mamífero, cujo chifre é muito apreciado no mercado asiático.
"Podemos rastrear o rinoceronte onde quer que ele esteja e saber se o seu chifre chegou a um mercado de Hong Kong", explicou hoje à agência noticiosa espanhola EFE Paul Udoto, porta-voz do Serviço de Proteção da Fauna e Flora queniano (KWS, na sigla em inglês).
A medida, que no futuro poderá alargar-se a outros animais ameaçados pela caça ilegal como o elefante, envolverá os 1.025 rinocerontes que vivem no Quénia, onde apenas desde janeiro 45 foram mortos por caçadores furtivos.
A organização de defesa do ambiente World Wide Fund for Nature entregou na quarta-feira ao KWS cerca de 1.000 "microchips" e cinco "scanners", no valor de 112.367 euros.
"A tecnologia revelará e melhorará o conhecimento da cadeia de comércio do chifre de rinoceronte", adiantou o KWS.
Os "microchips" e as análises forenses fornecerão provas cruciais para relacionar os criminosos com os animais caçados e os chifres confiscados.
Rinocerontes e elefantes correm risco de extinção devido à caça furtiva com o objetivo de lhes arrancar os seus chifres e presas, aos quais se atribuem propriedades medicinais e afrodisíacas em países asiáticos.
No caso do rinoceronte, o principal destino do comércio ilegal é o Vietname, onde existe a crença generalizada de que um derivado do seu chifre cura o cancro e se tornou moda entre os mais ricos como um remédio contra a ressaca.