BE quer ouvir António Borges na comissão de inquérito aos contratos de 'swap'

| Política
Porto Canal / Agências

Lisboa, 31 mai (Lusa) - O BE quer ouvir António Borges na comissão de inquérito aos contratos de risco financeiro, 'swap', como antigo vice-presidente da Goldman Sachs, os antigos ministros António Mexia, Mário Lino e Teixeira dos Santos e o atual ministro das Finanças.

A deputada do BE Ana Drago, que é a coordenador bloquista naquela comissão de inquérito lamentou, contudo, que os trabalhos se tenham iniciado "sem um documento que é fundamental, a auditoria que foi feita pelo IGCP", Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública.

Essa auditoria, que "fez o diagnóstico, quais são os contratos, onde existem, quantos são, quais os montantes", está na posse do Governo "há várias semanas e pura e simplesmente não a faz chegar à Assembleia da República, apesar de pedidos insistentes, nomeadamente, do Bloco de Esquerda", disse Ana Drago.

O BE, que hoje divulgou a lista de personalidades que pretende sejam ouvidas na comissão de inquérito, divide essas audições em "três grupos centrais", a começar por quem teve "responsabilidades políticas", como os antigos ministros das Obras Públicas António Mendonça, Mário Lino, António Mexia, Carmona Rodrigues e Valente de Oliveira e o atual, Álvaro Santos Pereira.

Igualmente com responsabilidades políticas encontram-se os antigos ministros das Finanças Bagão Félix, Manuela Ferreira Leite e Teixeira dos Santos, assim como atual, Vítor Gaspar.

A partir de 2011, uma vez que estes contratos já eram conhecidos das empresas, é preciso perceber como é que o Governo os teve praticamente dois anos, o senhor ministro Vítor Gaspar, que foi tão lesto a cortar logo no subsídio de Natal dos portugueses e a estabelecer um conjunto enorme de cortes em nome do rigor orçamental, esteve aparentemente dois anos sentado em cima destes contratos

O BE pede também a audição dos antigos secretários de Estado do Tesouro Carlos Costa Pinta, Francisco Esteves Carvalho e Miguel Frasquilho, assim como a atual responsável, Maria Luís Albuquerque.

Num outro grupo de personalidades a ouvir, pedidas pelo Bloco, encontram-se os administradores das empresas, antigos e atuais, incluindo Valentim Loureiro, que foi presidente da Metro do Porto, Marco António Costa, atualmente secretário de Estado da Segurança Social e que também foi administrador, Braga Lino, que também esteve na administração do Metro do Porto.

O Bloco quer também "informações do lado da banca", propondo a audição de responsáveis do BNP Paribas, do Citibank, do Barclays, do Credit Suisse, da Societé Général, do JP Morgan, da Caixa Geral de Depósitos, do Deutsche Bank, do BES Investimento, José Maria Ricciardi, e do BES, Ricardo Salgado, e do BBVA, entre outras instituições.

É neste enquadramento que pretendem ouvir António Borges, enquanto vice-presidenre do Goldman Sachs entre 2000 e 2008 e responsável pela atividade para Portugal.

"Queremos perceber qual foi a avaliação que a banca fez destes contratos, como é que os apresentou, qual era a sua estimativa de lucro", justificou Ana Drago.

A criação da comissão parlamentar de Inquérito à celebração de contratos de gestão de risco financeiro por empresas do setor público foi aprovada em plenário a 10 de maio, numa iniciativa da maioria que sustenta o Governo PSD/CDS-PP, merecendo a unanimidade do hemiciclo.

O inquérito parlamentar tem como objetivo apurar responsabilidades, "de todos os envolvidos nos vários níveis de decisão", designadamente o conhecimento da tutela e das entidades supervisoras.

A comissão é justificada pelo elevado número deste tipo de contratos e as responsabilidades potenciais que no final do ano passado ascenderiam a perto de 3 mil milhões de euros.

ACL // JPF

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