Perto de meio milhão de mortos no Iraque desde a invasão dos EUA revela estudo

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Porto Canal / Agências
Washington, 16 out (Lusa) - Cerca de meio milhão de pessoas morreram no Iraque desde a invasão da coligação liderada pelas forças norte-americanas em 2003, revelou um estudo académico publicado na terça-feira nos Estados Unidos. A última estimativa de investigadores universitários dos Estados Unidos, Canadá e da capital iraquiana, Bagdad, em cooperação com o Ministério da Saúde do Iraque, abrange não só as mortes violentas, mas outras mortes evitáveis relacionadas com a intervenção militar, guerrilha e colapso social subsequente. O número de mortes avançado no estudo é muito superior ao de quase 115 mil mortes violentas de civis mencionado pelo grupo sediado no Reino Unido Iraq Body Count, que baseou o seu registo em relatos de órgãos de comunicação social, hospitais e morgues e estatísticas oficiais e não-governamentais. As contagens anteriores, realizadas através de pesquisas aleatórias a famílias em todo o Iraque para projetar um número de mortos desde 2003 até 2011, também diferem do número agora avançado. "A violência no Iraque causou a maioria das mortes, mas cerca de um terço das mortes foi indiretamente ligado à guerra. Essas mortes foram deixadas de fora das contagens anteriores", disse a principal autora do estudo académico, Amy Hagopian, investigadora de saúde pública na Universidade de Washington. Neste estudo, incluem-se "as situações como uma mulher grávida não podia sair de casa devido ao conflito, ou quando uma pessoa bebeu água contaminada ou quando um paciente não pôde receber tratamento num hospital porque o pessoal estava sobrecarregado com vítimas de guerra". "Estas são as mortes indiretas e são significativas", afirmou Hagopian à agência France Presse, revelando que "o objetivo do estudo foi o de fornecer um retrato mais verdadeiro do sofrimento causado pela guerra e fazer os governos pensar duas vezes sobre o mal que viria de uma invasão". O estudo resultou de uma consulta em dois mil domicílios selecionados aleatoriamente, em 100 agrupamentos geográficos em todo o Iraque. Os investigadores usaram os dados da pesquisa, concluída por 1.960 dos escolhidos, para calcular a taxa de mortalidade antes e após a guerra. Quando multiplicado por toda a população, foi encontrado um número que representa "mortes em excesso". Os investigadores estimaram que havia 405 mil mortes em excesso atribuíveis à guerra, até meados de 2011. "Cerca de 70% das mortes no Iraque, de 2003 a 2011, foram violentas, com a maioria a ser causada por tiros, e depois por carros-bomba e outras explosões", revelou o estudo. O estudo académico responsabiliza as forças da coligação por 35% das mortes violentas e as milícias por 32%, enquanto 21% foram atribuídos a desconhecidos, 11% a criminosos e 1% a forças iraquianas. JOP // HB Lusa/Fim

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