Lisboa, 31 mai (Lusa) -- A procuradoria do Egito abriu um inquérito após a morte de uma adolescente que foi submetida a uma operação proibida pela lei, indicou hoje um responsável do governo do Cairo.

Mayar Mohamed Moussa, com 17 anos, morreu no passado domingo depois de uma excisão (mutilação genital) realizada num hospital privado da província do Suez, no nordeste do país.

"O inquérito está em curso, estamos à espera do relatório do médico legista", afirmou um responsável local do Ministério da Saúde, Lofti Abdel-Samee.

A ginecologista que efetuou a operação foi interrogada pelo procurador, sublinhou o responsável do ministério.

A excisão, extração parcial ou total dos órgãos genitais externos femininos, é ilegal desde 2008, salvo em casos de "necessidade médica", mas é ainda amplamente praticada no Egito.

Realizar este procedimento, que remonta aos tempos dos faraós e tem como objetivo "purificar" as mulheres da tentação sexual, pode levar a uma pena entre 3 meses e 2 anos de prisão, segundo os termos da lei de 2008.

Segundo um estudo sobre a demografia de mulheres entre 15 e 49 anos, realizado em 2000 pelo Gabinete do Governo, a excisão afeta 96,6% das mulheres egípcias, tanto muçulmanas como cristãs.

Em janeiro de 2015, foi decidida a primeira sentença depois da lei de 2008, quando um médico egípcio foi condenado a 2 anos e 3 meses de prisão por ter realizado uma excisão, que resultou na morte de uma adolescente.

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