Alegre elogia Marcelo e quer mais política externa do Governo

| Política
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 30 mai (Lusa) - O dirigente histórico socialista Manuel Alegre elogia o início de mandato do Presidente da República, salientando estar-se perante um chefe de Estado "culto" e "próximo" dos portugueses, e pede ao Governo mais ação na diplomacia extra europeia.

"Tenho visto com muito bons olhos a forma como o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, iniciou o seu mandato. É um Presidente da República culto, é um Presidente da República que percebeu que o povo português tinha necessidade de proximidade e de afetos, é um Presidente da República que se tem comportado como o Presidente de todos os portugueses", declara Manuel Alegre em entrevista à agência Lusa.

Até agora, segundo Manuel Alegre, Marcelo Rebelo de Sousa "tem defendido a estabilidade política numa perspetiva de boa cooperação institucional com o Governo e com os restantes órgãos de soberania".

"Até agora, o Presidente da República não tem exorbitado os seus poderes e tem assumido um discurso mais otimista e de esperança. Em relação ao resto do mandato, vamos ver", completa o dirigente histórico socialista.

Manuel Alegre diz ter gostado especialmente da informalidade que caraterizou a recente visita de Estado de Marcelo Rebelo de Sousa a Moçambique.

Marcelo Rebelo de Sousa foi "genuíno - e eu gosto das coisas genuínas".

"Entre o Presidente da República e o povo moçambicano houve afetividade reciproca. Mas a política externa tem de ser feita pelo Governo e não tenho aí visto nada de novo do Governo em relação a África. É preciso ir mais longe", declara, aqui num recado direto ao executivo de António Costa.

Neste ponto, Manuel Alegre sustenta que Portugal "tem uma dimensão euroatlântica e euroasiática, tendo por isso de ter uma política externa mais ativa".

"Um país pequeno como o nosso, mas com uma grande História, precisa de ter uma política externa muito forte. Penso que António Costa tem estado muito bem em relação à Europa, mas é preciso pensar numa estratégia nacional não só para a Europa, mas também para todo o mundo, em especial para os países de língua oficial portuguesa", adverte.

Em relação às controvérsias sobre a forma de funcionamento interno do PS, Manuel Alegre recusa-se a comentar casos concretos, alegando estar "fora da vida política ativa". "Pertenço a um PS muito diferente, do antifascismo, da revolução e da luta pela liberdade. Estamos agora perante uma geração nova e sinto-me perto de alguns dos mais novos", refere.

No entanto, o ex-candidato presidencial deixa também uma advertência: "Espero que não haja uma rutura com a memória e a História do PS".

"Gostaria de ver mais debate político, que é bom para a democracia", acrescenta.

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