CTG acompanha "atentamente" política de energia em Portugal

| Política
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 27 mai (Lusa) - O vice-presidente da China Three Gorges (CTG), Lin Chixue, disse hoje que o grupo chinês acompanha "atentamente" a política para o setor energético em Portugal e garantiu que a empresa não vai reduzir a sua posição na EDP.

A CTG é acionista de referência da EDP, com uma posição de 21,3%.

Questionado à margem da assinatura de um acordo entre a CTG e as universidades de Lisboa, Porto e Coimbra, para a atribuição de bolsas a alunos portugueses interessados na China, sobre se a China Three Gorges vai reforçar ou reduzir a sua posição na elétrica portuguesa, Lin Chixue afirmou: "Temos a certeza de que não vamos reduzir as nossas ações na EDP".

O vice-presidente da CTG disse que não era possível dar uma resposta clara se o grupo chinês irá reforçar, já que há muitas variantes a serem analisadas.

"Temos de ver como será a empresa, o desenvolvimento dela no futuro e ver as reações da sociedade portuguesa sobre o nosso investimento em Portugal", disse o gestor chinês.

Se a CTG reforçar mais o investimento na EDP, é preciso ver se "isso vai ou não ajudar o desenvolvimento a longo prazo" da empresa, acrescentou.

"Sendo o maior acionista da EDP, a nossa responsabilidade é pensar de que maneira podemos contribuir num futuro mais brilhante da EDP", salientou Lin Chixue.

Questionado sobre a eventualidade da Contribuição Extraordinária sobre o Setor Energético (CESE) ser alargada até 2020, o vice-presidente afirmou que a "EDP está a manter o diálogo com o Governo" sobre esta questão.

"Sendo o maior acionista [da EDP], vamos acompanhar atentamente a evolução desse assunto, a nossa atenção incide como é que a EDP vai ter um desenvolvimento saudável e sustentável de longo prazo", afirmou.

Lin Chixue adiantou que "estão programadas reuniões" com o primeiro-ministro, António Costa, e com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, nas quais serão abordadas questões sobre o "desenvolvimento futuro da EDP de longo prazo".

Sobre a tarifa social, o gestor chinês disse que a EDP e o Governo "mantêm um diálogo regular", pelo que se escusou a tecer mais comentários.

"Quando se elabora uma política no ramo da energia devem ser tidas em consideração as empresas, as famílias e os consumidores, porque na Península Ibérica a EDP é uma empresa empenhada em desenvolver o ramo das energias renováveis" e "para fazer tanto investimento é preciso algum retorno".

Para se continuar a desenvolver as energias renováveis exige-se "muito investimento" e quando se avalia se uma política "é favorável ou não favorável", não se deve olhar apenas para a tarifa, disse.

"Devemos olhar a influência dessa política no futuro desenvolvimento do ramo da energia", acrescentou.

A EDP assinou hoje com a China Three Gorges (CTG) um memorando de entendimento relativo ao desenvolvimento da parceria estratégica estabelecida entre as partes através do 'framework agreement' assinado em dezembro de 2011.

Este memorando estabelece os princípios-chave e áreas de cooperação que irão contribuir para a continuação do desenvolvimento da parceria estratégica EDP-CTG.

Adicionalmente, este acordo reconhece a visibilidade demonstrada sobre o cumprimento da meta de 2.000 milhões de euros acordados no 'framework agreement', nomeadamente através de transações em execução ou análise, cuja execução se espera até ao final deste ano.

O presidente executivo da EDP, António Mexia, sublinhou aos jornalistas, no final da assinatura do memorando, que a CTG tem "a particularidade de ser o maior acionista" da empresa, "mas também o maior parceiro da EDP".

Sobre a tarifa social, António Mexia reiterou que "Portugal é dos países onde a tarifa tem mais relevância" e que "há maior apoio" no mercado português "que no resto da Europa".

"A EDP sempre defendeu a existência de uma tarifa social", mas considera que estas devem seguir as mesmas regras europeias para evitar discriminações.

Já sobre a CESE, o gestor salientou que a EDP, "ao contrário de outras companhias, compreendeu aquilo que era uma medida de exceção para momentos de exceção".

No entanto, "deixámos de estar num momento de exceção", o que era "temporário devia ser temporário", considerou, defendendo que é "absolutamente necessário que a redução seja maior e mais rápida".

Já sobre os dados do Eurostat, gabinete de estatísticas europeu, sobre os preços da eletricidade, António Mexia sublinhou que estes não devem ser comparados com paridade de compra.

Garantiu que os preços da eletricidade em Portugal estão "em linha com a Europa".

"Sejamos claros, Portugal paga um preço igual à média europeia", afirmou.

ALU// ATR

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