Porto, 15 out (Lusa) - O presidente executivo da Sonae Sierra afirmou hoje sentir "sinais de melhoria" na atividade dos centros comerciais em Portugal, cujas vendas aumentaram em setembro, mas considerou ser ainda "muito cedo para dizer que é uma tendência". Falando num encontro com jornalistas no Porto, Fernando Guedes de Oliveira apontou o crescimento homólogo de 2,8% das vendas dos centros comerciais da Sonae Sierra em setembro, que se seguiu à estabilização já registada em agosto. Desde o início do ano, as vendas passaram de uma quebra acumulada de 2,5% até julho, para -2% em agosto e -1,8% em setembro. "Ainda é muito cedo para dizer que é uma tendência, porque estamos num ambiente muito volátil e qualquer acontecimento pode invertê-la, mas significa uma mudança de atitude do consumidor", sustentou Fernando Guedes de Oliveira, considerando que, "apesar de ténues, os sinais são positivos". Globalmente, e "apesar do momento difícil", o administrador da Sonae Sierra sustentou que a empresa tem "ultrapassado bem as dificuldades" e afirmou-se "otimista" relativamente ao próximo ano. "Estamos otimistas. A nossa dispersão geográfica ajuda-nos muito e vamos continuar a apostar na diversificação geográfica e na expansão para novos mercados", disse. Nesta aposta, destaque para os mercados emergentes, nomeadamente na América do Sul (Brasil, Colômbia, Peru, Equador e México), no Norte de África (Marrocos e Argélia), na Ásia e na Europa de Leste. Como estratégia, a Sonae Sierra aponta o foco na promoção de empreendimentos e não na detenção de ativos, já que num contexto de constrangimentos de capital a estratégia de crescimento internacional só pode ser sustentada "mantendo uma posição minoritária nos ativos". Outros dos eixos de crescimento da empresa, especialista na promoção e gestão de centros comerciais, é a prestação de serviços nesta área. Destacando a taxa de ocupação global de 93,6% dos seus centros comerciais, a Sonae Sierra considera que este é um fator central no sucesso do negócio, o que a levou a, para "manter os centros comerciais ocupados", efetuar "descontos médios" de 10% nas rendas dos lojistas em Portugal e de 9,4% em Espanha. Atualmente, detentora de 47 centros comerciais em 11 países (Portugal, Espanha, Itália, Alemanha, Grécia, Roménia, Croácia, Marrocos, Argélia, Colômbia e Brasil) e gestora de um total de 73 unidades, a Sonae Sierra tem visto a sua performance "ainda muito afetada pela perceção de risco nos países do Sul da Europa", aos quais está muito exposta, e acredita que os resultados financeiros "não espelham bem a resiliência das operações" da empresa, que "têm sido muito penalizados pela desvalorização dos ativos". "Na parte operacional temos tido uma performance muito boa", sustentou Fernando Guedes de Oliveira, referindo-se ao desempenho das vendas nos vários países "ao nível ou acima do 'benchmark'". Já o EBTIDA (resultados antes de impostos, juros, amortizações e depreciações) registou um ligeiro recuo de 2% no 1.º semestre do ano, "apesar dos descontos feitos aos lojistas", uma vez que a empresa conseguiu ser "mais eficiente operacionalmente". PD // MSF Lusa/fim