Fecho de Finanças provocará "esvaziamento populacional" do Alto Minho avisam empresários
Porto Canal / Agências
Viana do Castelo, 15 out (Lusa) - Os empresários de Viana do Castelo afirmaram hoje que o encerramento das repartições de Finanças em metade dos concelhos do distrito, a acontecer, contribuirá para "o esvaziamento populacional e definhamento económico" do Alto Minho.
A posição foi assumida hoje, em conjunto, pelas direções da Associação Empresarial de Viana do Castelo e da Confederação Empresarial do Alto Minho, que apelam ao "bom senso" do Governo nesta matéria.
"A região não será mais competitiva, mais atrativa, mais conectada, mais resiliente. Será mais acentuado o esvaziamento populacional e o definhamento económico de um Alto Minho marcadamente rural", defendem ambas as estruturas, em nota enviada à agência Lusa.
Também este mês, o deputado socialista Jorge Fão, eleito por Viana do Castelo, pediu ao Ministério das Finanças para clarificar se pretende encerrar repartições de Finanças em metade dos concelhos do distrito. O deputado questionou o ministério liderado por Maria Luís Albuquerque, na forma de requerimento, sobre se "confirma" que os concelhos de Caminha, Melgaço, Paredes de Coura, Ponte da Barca e Valença "poderão ver encerradas as respetivas repartições de finanças". Ou seja, em metade dos concelhos do distrito de Viana do Castelo.
O deputado justifica este pedido com as recentes declarações de um membro do Governo e dos dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores de Impostos, entre outras informações que apontavam "no sentido de proceder ao encerramento de um elevado número de repartições de finanças em todos os distritos do país, nomeadamente em Viana do Castelo".
Já os empresários da região dizem "não desvalorizar" os objetivos de uma reforma da Administração Central, mas assumem "oposição frontal" ao "método" a levar a cabo, por "contrariar" o plano estratégico de desenvolvimento do Alto Minho entre 2014 e 2020.
"Estes encerramentos, a concretizarem-se, ignoram o papel dos centros urbanos das vilas do Alto Minho, fragilizam o já muito débil tecido empresarial instalado", defendem. Encerramentos que, dizem ainda, demonstram "desconhecimento" sobre a "debilitada" mobilidade interna da região, quando restam "poucas alternativas ao transporte rodoviário individual", além de "prejudicarem gravemente os agentes económicos" e de sobrecarregarem outras repartições já "com capacidade de resposta no limite".
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