Passos Coelho antevê mau resultado económico e financeiro para 2016

| Política
Porto Canal com Lusa

Lisboa 13 mai (Lusa) - O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, anteviu hoje um mau resultado económico e financeiro este ano, considerando que, sem uma correção da trajetória do Governo, nem o défice nem a dívida serão objetivos alcançados.

"Já se começa a ver que haverá um mau resultado este ano se o Governo não corrigir a trajetória", afirmou Pedro Passos Coelho, no debate quinzenal com o primeiro-ministro no parlamento.

Voltando a falar num debate quinzenal pela bancada do PSD, depois de nas últimas discussões ter deixado para o líder parlamentar social-democrata essa tarefa, Passos Coelho confrontou o primeiro-ministro com os últimos dados económicos conhecidos, falando da "destruição líquida" de 40 mil empregos no primeiro trimestre do ano, além da queda das exportações e do investimento.

"Há postos de trabalho que estão a ser destruídos, porque há investimento que está a cair a pique", disse, falando igualmente dos dados do Instituto Nacional de Estatística conhecidos esta manhã que revelam o declínio ritmo de crescimento quer em cadeia, quer em termos homólogos.

"Se formos otimistas para o crescimento nos trimestres seguintes ainda ficaremos consideravelmente longe daquilo que era a meta proposta pelo Governo", sustentou o líder social-democrata, vincando que agora já não se está a falar de "meras previsões" e se começa a "a entrar no terreno em que não há muito tempo para fazer correções".

Ou seja, acrescentou, agora já existem dados objetivos e, visto que a economia não tem "uma capacidade infinitamente elástica para crescer no futuro", é tempo de mudar.

"Assumindo que [a economia] crescerá cinco vezes mais do que no primeiro trimestre, ainda assim ficará muito longe do objetivo do Governo, nem o défice, nem a divida serão objetivos alcançados este ano pelo Governo e pelo país, infelizmente, se alguma coisa não mudar. Senhor primeiro-ministro, enquanto é tempo o que vai mudar?", questionou o líder do PSD.

Na resposta, o primeiro-ministro lembrou que, depois do "bom arranque de 2015", a economia foi perdendo fôlego e existem problemas no mercado externo, nomeadamente em Angola e na China, que têm afetado os números nacionais das exportações.

António Costa rebateu ainda as críticas do PSD à falta de atenção ao setor exportador, mas insistiu que dar prioridade às exportações não pode significar deixar de dar importância à procura interna.

Quanto à subida do desemprego, o primeiro-ministro atribuiu o aumento da taxa à redução "muito significativa" de pessoas que estavam inativas e que agora estão à procura de emprego.

Sobre o investimento, António Costa argumentou que, durante os quatro anos de Governo de maioria PSD/CDS-PP, "regrediu para níveis da década de 80" e que "retirar o investimento da trajetória de queda para uma trajetória de relançamento exige tempo".

"Tem sido uma das nossas prioridades", salientou, assegurando que não "há uma incompatibilidade de apostas no mercado externo e no mercado interno".

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