Assunção Cristas pede verdade sobre "austeridade à la esquerda"
Porto Canal com Lusa
Lisboa, 13 mai (Lusa) - A líder do CDS-PP, Assunção Cristas, exortou hoje o primeiro-ministro, António Costa, a assumir a verdade sobre a "austeridade à la esquerda" de um eventual plano B, mas António Costa reiterou a recusa de medidas adicionais.
"O programa de estabilidade já lá vai, os seus colegas parceiros de Governo no parlamento já o apoiaram, neste momento já escusa de jogar às escondidas e pode dizer-nos aqui em frente aos senhores deputados Catarina Martins e Jerónimo de Sousa, qual é esta verdade da austeridade a la esquerda?", questionou Assunção Cristas, que abriu o debate quinzenal com o Governo no parlamento.
A líder centrista defendeu que esta semana se ficou a saber pela televisão, referindo-se à entrevista que o chefe do executivo deu à SIC, "que a famosa lista escondida que apareceu neste parlamento há 15 dias podia não ser apenas um anexo do programa de estabilidade e ser já relevante para este ano".
"Onde vai buscar os 210 milhões de euros de outros impostos? Que cortes vai fazer nas prestações sociais? E quanto conta arrecadar do imposto no agravamento do IMI? E como vai funcionar o IMI progressivo? Que impacto vai ter no investimento, nomeadamente na reabilitação urbana? Como vão ficar afetados os proprietários de pequenos prédios rústicos?", interrogou a líder centrista.
Na resposta, o primeiro-ministro ironizou, agradecendo à presidente do CDS a oportunidade de explicar eventuais equívocos da sua entrevista à SIC e que levaram Assunção Cristas a apresentar uma "quarta versão do 'plano b'".
"Obviamente aquele quadro, como disse no parlamento é anexo ao Programa de Estabilidade para os anos de 2017 e seguintes e quanto a 2016, tal como também disse na SIC e repetirei aqui, a execução orçamental deixa-nos suficientemente confortáveis para continuar a não prever a necessidade de adoção de nenhuma medida que se possa classificar como plano b e limitar-nos-emos a executar o Orçamento do Estado", declarou.
"Desse Orçamento, não se prevê nenhum aumento do IMI. Pelo contrário, esse Orçamento introduziu foram duas medidas maior importância: uma proposta do PCP, que reduziu a taxa máxima do IMI, não foi por proposta do CDS foi por proposta do PCP e aprovado pelo maioria parlamentar. A segunda, por proposta do PS, a reintrodução da cláusula de salvaguarda para garantir que nenhuma família seria aumentada mais do que aquilo que poderia suportar", acrescentou.
António Costa remeteu mais esclarecimentos para quando a proposta de reforma do IMI for apresentada no parlamento, antes ou depois do Orçamento do Estado para 2017, "mas não agora, porque ainda não existe".
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