Motins em Moscovo depois da morte de um jovem por um "não eslavo"

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Porto Canal / Agências

Moscovo, 13 out (Lusa)- Milhares de pessoas amotinaram-se hoje no sul da capital russa em protesto contra o assassinato de um jovem russo por um desconhecido de origem "não eslava", que conseguiu escapar.

Os manifestantes, maioritariamente jovens, rebentaram as portas do centro comercial Biriuza no bairro de Biriulov (no sul de Moscovo), quebraram janelas e montras. Forças especiais da polícia foram enviadas para o local e detiveram sete pessoas, enquanto outros manifestantes tentavam libertar os detidos e lançavam garrafas contra a polícia.

A multidão, em seguida, dirigiu-se para um armazém de legumes onde trabalham muitos imigrantes que os manifestantes acusam de ser responsáveis pela alta taxa de criminalidade nesse bairro.

"Rússia para os russos", gritavam os manifestantes.

Não obstante a presença da polícia, os manifestantes, entre os quais se encontram numerosos nacionalistas, entraram no armazém e procuram imigrantes.

O ministro do Interior da Rússia, Vladimir Kolokoltsev, deu ordem para a mobilização total da polícia de Moscovo, informa o centro de imprensa desse ministério.

Inicialmente, cerca de 200 pessoas reuniram-se perto do centro comercial para protestar contra a morte de Iegor Scherbakov, 25 anos, um residente local que foi esfaqueado na quinta-feira na presença da noiva. Segundo câmaras de vigilância, o assassino, que fugiu, é natural da Ásia Central ou do Cáucaso e os manifestantes - que estão convencidos de que se trata de um imigrante ilegal - exigem que as autoridades reforcem a luta contra a imigração ilegal.

A polícia lançou uma autêntica caça ao homem, oferecendo uma recompensa de um milhão de rublos (cerca de 22.800 euros) a quem ajudar a deter o assassino.

"Serão tomadas todas as medidas para deter o criminoso ( ... ) , os melhores investigadores estão envolvidos neste caso", assegurou um oficial da polícia do bairro, Polovinko Alexandre , que visitou o local dos tumultos.

No entanto, as pessoas que se reuniram perto do centro comercial acusaram a polícia de não tomar medidas suficientes para a prevenção de crimes cometidos por pessoas de outros países e pediram medidas de proibição de entrada de imigrantes em Moscovo.

A luta contra a imigração ilegal foi a principal promessa dos candidatos à eleição do presidente da câmara de Moscovo e muitas rusgas contra os imigrantes ilegais foram feitas antes das eleições que tiveram lugar em 08 de setembro.

A Rússia, que carece de mão de obra, em parte devido a uma grave crise demográfica, acolheu milhares de imigrantes de países asiáticos ou de ex-repúblicas soviéticas, que trabalham ilegalmente na construção e nos mercados de Moscovo.

Os defensores dos direitos humanos chamam a atenção para a "forma suave" como a polícia de choque atua contra aos nacionalistas, em comparação com a dureza empregue contra manifestações liberais de opositores ao Presidente Putin.

"Porque é que a polícia age cruelmente contra participantes de manifestações pacíficas e não está tão ativa onde realmente têm lugar desordens?", pergunta Ludmila Alekseevna, dirigente do Grupo de Helsínquia de Moscovo.

JM // MSF

Lusa/fim

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