Maria Luís Albuquerque não recusa vir a poder ser líder do PSD

Maria Luís Albuquerque não recusa vir a poder ser líder do PSD
| Política
Porto Canal (MYG)

A ex-ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque não recusou, numa entrevista ao Diário de Noticias, nesta quinta-feira, a possibilidade de suceder a Pedro Passos Coelho, na presidência do PSD, apesar de garantir que não tem vontade de avançar.

A possibilidade de Maria Luís Albuquerque suceder ao líder do PSD foi questionada: ”Relativamente a matérias dessa natureza não se deve dizer nunca. Depende muito das circunstâncias. Se me pergunta se tenho vontade ou se tenho essa intenção, não a tenho, mas nestas matérias afirmações absolutas de nunca parecem-me contraproducentes", disse a Vice-Presidente do PSD. A deputada social-democrata lembrou que a questão da sucessão de Passos Coelho "não está em cima da mesa", sublinhando ser "um hábito pouco saudável em relação a líderes que acabam de ser reeleitos com uma maioria esmagadora estar já a falar de quem é que os sucede", afirma a EX-Ministra das Finanças.

O Programa de Estabilidade (PE) tem levantado muita discussão, sendo que, Maria Luís Albuquerque tem exposto algumas dúvidas acerca da execução do Programa: “Não acreditamos neste programa de estabilidade, nem nas metas, nem nos meios (…) é francamente um programa mau”, defende a ex-ministra das Finanças, lamenta a Social Democrata. No seu ponto de vista, “O PE e o Programa Nacional de Reformas acabam por espelhar aquilo que é a inconsistência de uma governação que simultaneamente diz que quer cumprir compromissos mas que é apoiada por uma maioria que rejeita até a legitimidade desses compromissos e aquilo que é necessário para os atingir”, acrescenta Maria Luís.

As medidas de consolidação orçamental do Governo assentam sobretudo em mais receita de impostos indirectos (excepto IVA) e em contenção da despesa com consumos intermédios e juros da dívida pública. Neste contexto, Maria Luís Albuquerque não acredita nestas expectativas: “nós começamos por não acreditar nos objetivos traçados para este ano, e não se consegue perceber como é que, pelo menos teoricamente, se pretenderia atingir a meta do próximo ano. (…) Os serviços públicos estão todos em rutura em todas as áreas, portanto não se percebe onde é que o governo vai de facto reduzir mais agressivamente funcionários públicos, se vai fechar serviços, e isso precisamos de saber”, questiona a ex-Ministra das Finanças. A execução orçamental do primeiro trimestre mostra um agravamento do défice e “haver uma deterioração do saldo orçamental nos primeiros três meses do ano é um sinal preocupante, mas vamos ver que capacidade é que o governo tem para inverter essa tendência e se vai ter ou não medidas adicionais”, remata Maria Luís.

O relatório distribuído aos membros da SubcomissãoParlamentar de Ética revelou que não existiu incompatibilidade ou impedimento na contratação da ex-ministra das Finanças pela Arrow Global. Ou seja, o novo cargo de Maria Luís Albuquerque na empresa britânica não colide com o seu mandato de deputada nem o facto de ter pertencido ao Governo é um obstáculo. Questionada pelo DN, Maria Luís, afirma que devia ter aceite o convite da Arrow e o questionamento da compatibilidade de cargos “foi colocado em termos demagógicos e populistas, sem ter a preocupação de analisar exatamente o que estava em causa, e a maneira de combater o populismo não é um comportamento que não chame as atenções dos populistas, é a assumir e enfrentar as nossas escolhas.”, defende a ex-Ministra. Acerca do PCP querer que o Ministério Público investigue a relação enquanto era Governante Assuntos relacionados com a consultora, Maria Lís Albuquerque confessa que “gostaria que o PCP não recuasse nessa intenção, e fico à espera do pedido de desculpas público quando o processo for arquivado”

Uma das preocupações de Marcelo Rebelo de Sousa tem sido consciencializar para um consenso do Governo com a Direta. A vice-Presidente do PSD afirma que “estamos disponíveis para consensos em matérias que nos parecem da maior importância, um exemplo é a questão da reforma da Segurança Social. Mas não basta nós demonstrarmos abertura, é preciso que, do outro lado, também haja disponibilidade para consensos.”, finaliza a Social Democrata.

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