Bancos europeus vão ter de continuar a aumentar capital - FMI

| Economia
Porto Canal / Agências

Lisboa, 09 out (Lusa) - O Fundo Monetário Internacional (FMI) considera que muitos bancos europeus terão de continuar a aumentar o capital para atingir as metas exigidas pelos reguladores, devido à má qualidade dos seus ativos e à incapacidade de gerarem lucros suficientes.

Segundo o relatório de estabilidade financeira do FMI, hoje divulgado, a capitalização da banca a nível global continua divergente, com instituições em estádios diferentes e que operam em ambientes económicos e regulatórios díspares.

Na zona euro, escreve a instituição, os bancos debatem-se com fraca rentabilidade, crescentes custos de financiamento e necessidade de fazerem cada vez mais provisões para crédito, o que reflete a má qualidade dos seus ativos num ciclo económico negativo e que é exacerbado pelo excessivo endividamento das empresas.

Para o FMI, a má qualidade dos ativos e as pressões sobre a rentabilidade reduzem a capacidade de os bancos aumentarem o capital através da retenção de lucros pelo que, defende, "algumas instituições terão de ajustar o balanço ou aumentar capital para cumprir as exigências de capital".

Apesar de dizer que isto terá que acontecer, o FMI alerta para as consequências deste ajustamento para o sistema bancário e a economia real, pelo que é necessário "uma monitorização" adequada.

Em Portugal, nos últimos anos, os bancos tiveram de aumentar capital para cumprir as exigências do Banco de Portugal e da Autoridade Bancária Europeia (EBA em inglês). Devido às dificuldades de o conseguirem através de acionistas privados, algumas instituições tiveram que recorrer a dinheiro público.

Em junho de 2012, o Estado português injetou 3.000 milhões de euros no BCP e 1.500 milhões no BPI através de obrigações convertíveis em ações e já em janeiro deste ano colocou 1.100 milhões de euros no Banif (parte em ações, o que faz com que o Estado seja acionista maioritário do banco).

Foram colocados ainda 1.650 milhões de euros no banco público Caixa Geral de Depósitos.

IM // MSF

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