Unidade hospitalar de Valongo dedica-se a doentes mentais residentes

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Porto Canal / Agências

Porto, 09 out (Lusa) -- Um ano após a sua inauguração, a Unidade Sócio Ocupacional de Valongo passará a dedicar-se à reabilitação de doentes mentais residentes de evolução prolongada, adiantou o diretor da Clínica de Psiquiatria do Centro Hospitalar de São João, Porto.

"No ano passado, inaugurámos a unidade sócio ocupacional de Valongo, uma pequena unidade dotada para os aspetos sócio ocupacionais, de reabilitação pessoal e profissional dos doentes mentais graves, do chamado doente psiquiátrico crónico de evolução prolongada", referiu à agência Lusa António Roma Torres, diretor da Clínica de Psiquiatria e Saúde Mental do Centro Hospitalar que comemora hoje e sexta o Dia Mundial da Saúde Mental.

Lembrando que muitas vezes os doentes crónicos de evolução prolongada acabam por ser tratados como doentes agudos (que têm uma primeira situação de crise), por falta de resposta, o responsável explicou que se mostrou "adequado diversificar estes dois internamentos" existentes no Centro Hospitalar, "um no hospital de S. João, com 30 camas, e outro no polo de Valongo, com 23 camas".

Pretende-se agora diferenciar, no polo de Valongo, as camas de residentes para doentes psiquiátricos de evolução prolongada e em projeto de reabilitação, dedicando apenas as camas do polo do Porto ao tratamento de doentes agudos (em estabilização de crise).

O polo de Valongo "ficará preferencialmente" a tratar doentes de evolução prolongada, que não precisam "de tantos cuidados médicos, mas de uma estrutura em redor da qual se possa montar um projeto de reabilitação", que promova a autonomia desses mesmos doentes.

Para Roma Torres, "é preciso haver estruturas que estimulem e organizem este progresso pessoal", pelo que defende a criação, em colaboração com outras estruturas, como IPSS, de unidades semelhantes na "Maia e no Porto oriental".

Sobre o primeiro ano da unidade de Valongo, disse que a mesma "tem funcionado com algumas dificuldades" e assenta numa "equipa jovem, que não está ainda muito rotinada" com os objetivos traçados para os doentes de evolução prolongada.

"Para esse tipo de doentes não basta ter consultas, não basta ter serviços de urgência, não basta dar medicamentos e não basta uma atitude na consulta de atenção e aspetos emocionais da pessoa. É preciso passar para essa fase de reabilitação, inclusivamente porque esses doentes são demasiado sensíveis ao contacto pessoal, que ao mesmo tempo é ameaçador", assinalou.

No âmbito do Dia Mundial da Saúde Mental, e para debater as várias necessidades do doente mental, o Centro Hospitalar de S. João promove um seminário sobre Reabilitação Psicossocial em Saúde Mental que arranca hoje pelas 09:00 no Fórum Cultural de Ermesinde.

Também hoje, mas pelas 12:00, Fernando Peres Rodrigues, fotógrafo e psiquiatra do Centro Hospitalar Lisboa Ocidental/Hospital Egas Moniz, faz uma palestra sobre "Novas formas de prestação de cuidados em Saúde Mental", na sala de reuniões da Clínica de Psiquiatria e Saúde Mental, seguindo-se a visita/inauguração de exposição de fotografia integrada na atenção aos temas de Saúde Mental.

LIL // JGJ

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