Os funerais das doze vítimas do acidente mortal em Lyon, França, na madrugada da passada sexta-feira, realizaram-se esta terça-feira, nos municípios onde as vítimas residiam, em Portugal. No total foram st+e municípios que "choraram" a partida dos filhos da terra.

Nas localidades do norte e centro do país onde se realizaram as cerimónias fúnebres o clima foi marcado pela dor e desespero de familiares e amigos. Em Espadanedo, Cinfães, de onde eram naturais Angelina, Jorge e Marta, de sete anos, os presentes "não queriam aceitar a realidade".

Mais de mil pessoas assistiram ao funeral. A igreja e o cemitério foram pequenos para tantas pessoas e alguns não aguentaram a dor do momento e tiveram de ser assistidos pelos bombeiros presentes no local por precaução.

Foi feito silêncio quando as urnas percorreram os 200 metros que separavam a igreja e o cemitério. Ouviam-se apenas choros abafados e gritos de uma idosa à passagem do caixão de Marta, “uma menina, uma criança, um anjinho que não teve culpa”, repetia.

Boneco pessoal de Marta marcou o último adeus

No final da missa, em Espadanedo, em direção ao cemitério para concluir as cerimónias fúnebres, saiu em primeiro lugar uma urna branca. Era a urna de Marta, de sete anos, que levava um urso de peluche em cima, um dos seus bonecos preferidos.

As pessoas presentes desataram aos gritos que se podiam ouvir no cemitério, diz quem esteve presente.

Na porta da capela, onde foi realizada a missa, estava colocado um pôster com fotografias da família vítima do acidente, com as palavras “eterna saudade” escritas. Tinha, para além, disso, uma coroa de flores e cerca de meia centena de velas.

A família deveria regressar a Portugal só em agosto, nas férias de verão, mas decidiu pela primeira vez, que vinha este ano passar a Páscoa com a família.