Presidente do BES acredita que Portugal entra em programa cautelar como a Irlanda

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Porto Canal / Agências

Vilamoura, 06 out (Lusa) -- O presidente do banco BES Investimento, José Maria Ricciardi, disse hoje que um segundo resgate seria muito mau para Portugal e estima que o país entre num programa cautelar como vai entrar a Irlanda em dezembro próximo.

"Não precisamos de um segundo resgate, porque um segundo resgate seria muito mau para Portugal", declarou José Maria Ricciardi, durante o II Fórum Empresarial do Algarve, que termina hoje em Vilamoura.

O presidente do BES acredita, apesar de saber que não é garantido, que é possível para Portugal entrar num programa cautelar, como a Irlanda, que vai entrar agora em dezembro.

"Estou absolutamente convencido que talvez não consigamos, ou não vamos imediatamente financiar-nos nos prazos mais longos que as taxas poderão estar um bocadinho mais altas, nos cinco e dez anos, mas a dois ou três anos é possível começarmos a financiar", considerou.

Ricciardi recordou que uma parte do financiamento de 2014 para Portugal já está assegurada e por isso, reitera que Portugal tem grandes chances de ter programa cautelar, com a participação do Banco Central Europeu.

Questionado pela Lusa sobre se concordava com o Presidente da República (PR) que disse ser "masoquismo" considerar a dívida insustentável, Ricciardi referiu que é provável que exista algum desse sentimento nos portugueses, designadamente por causa do desemprego.

"Acredito que algum desse masoquismo tenha alguma razão de ser, a gente ainda está a passar grandes dificuldades e o desemprego é enorme e com a com a situação atual ainda não vamos conseguir absorver (...) o desemprego", disse

O termo masoquismo foi utilizado pelo PR ao descrever analistas e até políticos quando consideraram que a dívida pública não era sustentável.

O presidente do BES considerou ainda que "os portugueses são "de facto um pouco masoquistas".

"Gostamos de nos apegar aos aspetos mais negativos e normalmente não vibramos muito com os positivos", argumentou, acrescentando, todavia que acredita que Portugal está melhor agora do que estava.

O II Forúm Empresarial do Algarve terminou hoje pelas 13l:00, e no evento estiveram presentes mais de 300 líderes empresariais e políticos nacionais e estrangeiros a debater ""Um Portugal Atlântico ou um Portugal Europeu".

CCM/JPC // SMA

Lusa/Fim

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