China emprega dois milhões de pessoas a monitorizar a Internet
Porto Canal / Agências
Pequim, 05 out (Lusa) -- A China emprega dois milhões de pessoas para manter controlado o uso da Internet pelos cidadãos, segundo um órgão de comunicação social estatal, no raro vislumbre ao mundo secreto da vigilância 'online' chinesa.
Muitos dos funcionários realizam simplesmente buscas por palavras-chave para monitorizar as dezenas de milhões de mensagens que são colocadas diariamente nas redes sociais e nos 'sites' na Internet, segundo o jornal Beijing News.
As autoridades de censura da China controlam firmemente os conteúdos 'on-line', por medo de instabilidade política ou social que possa desafiar o poder do Partido Comunista no poder.
Os "polícias da Internet" são trabalhadores do braço de propaganda do Governo, bem como de 'sites' comerciais, noticiou Beijing News.
O jornal afirmou ainda que, apesar do seu grande número, estes polícias nem sempre são capazes de prevenir comentários considerados indesejáveis pelo Governo.
Nos últimos anos, as autoridades proibiram as populares redes sociais Facebook e Twitter, que foram fundamentais para a onda de protestos que aconteceram no Médio Oriente e no Norte de África no final de 2010 e 2011, no que ficou conhecido como Primavera Árabe.
No último ano, bloquearam também o jornal The New York Times, depois de este ter citado acusado o ex-primeiro-ministro chinês Wen Jiabao de ter acumulado uma enorme fortuna enquanto esteve no Governo.
As autoridades detiveram também centenas de pessoas por espalharem "rumores" 'online' e advertiu os detentores de blogs com milhões de seguidores para colocarem comentários mais positivos.
O Supremo Tribunal disse já este mês que os utilizadores da Internet poderiam enfrentar até três anos de prisão se colocassem informação "caluniosa" na Internet que seja vista por mais de 5.000 vezes ou encaminhada mais de 500 vezes.
A China tem mais de 500 milhões de utilizadores de Internet, a maior população 'online' do mundo.
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