Escola de Barroselas parou devido a greve de estudantes contra aulas à chuva

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Porto Canal / Agências

Viana do Castelo, 04 out (Lusa) - A escola básica e secundária de Barroselas, em Viana do Castelo, ficou hoje sem aulas com a adesão total dos estudantes a uma greve por causa da chuva nas salas, devido às infiltrações no edifício.

"A escola esteve aberta e os professores no interior, mas os alunos não compareceram. Entretanto, por questões de segurança, os transportes já começaram a recolher os alunos e hoje já não haverá aulas", disse à Lusa, esta tarde, a presidente do Agrupamento de Escolas de Barroselas, Maria Teresa Almeida.

Na origem do protesto dos alunos, que começou às 08:30 prolongando-se durante todo o dia, e cuja direção da escola diz "compreender", está a chuva que cai, literalmente, nas salas de aula e noutros espaços da escola. Trata-se de um problema que se arrasta desde 2011 e que se acentua a cada inverno, devido à falta das prometidas obras na estrutura do edifício, segundo os manifestantes.

Os alunos garantem que a paciência se "esgotou" e hoje recusam-se a entrar na escola, exigindo "condições para estudar", com gritos de protesto e palavras de ordem no exterior.

"No refeitório estamos a comer e a chover no prato e na cabeça dos alunos. Nas salas de aula chove em cima dos cadernos e dos computadores", explicou à agência Lusa Hugo Pereira, presidente da associação de estudantes daquela escola.

Este estudante do 12.º ano acrescentou que neste cenário, que se tem vindo a "agravar" há cinco anos, o próprio rendimento dos alunos "está em causa", devido à falta de condições de estudo e de concentração.

A 27 de setembro passado, algumas divisões daquela escola ficaram inundadas com as primeiras chuvas, situação que afetou sobretudo áreas como a sala de professores, ginásio, biblioteca ou a papelaria.

Em janeiro de 2011, centenas de alunos também boicotaram as aulas pelos mesmos motivos, mas nada foi feito desde então.

Aquela escola foi construída em 1983, mas em trinta anos recebeu apenas "alguns remendos", sendo a zona da cobertura, de um dos blocos a mais preocupante, em termos de conservação.

As obras, classificadas como urgentes, chegaram a estar previstas para a fase IV da Parque Escolar, antes de 2011, mas acabaram por nunca sair do papel, com a suspensão daquele programa de requalificação dos edifícios escolares.

Uma avaliação entretanto realizada aponta a necessidade de um investimento de cerca de 300 mil euros, para corrigir o problema da cobertura da escola. Contudo, continua a aguardar dotação financeira da tutela da Educação.

"É a qualidade do processo educativo que pode ser posta em causa, com a desmotivação dos alunos", admite a presidente do Agrupamento de Escolas de Barroselas.

Maria Teresa Almeida acrescentou existir uma promessa da tutela da Educação de avançar com uma dotação financeira de cerca de 90 mil euros, para garantir a primeira fase destas obras, mas até agora sem qualquer confirmação.

Entretanto, o presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo solicitou hoje uma "reunião urgente" à Direção Geral dos Estabelecimentos Escolares, para analisar a situação daquela escola, frequentada por mais de 600 alunos.

No ofício, José Maria Costa salienta que a intervenção reclamada por alunos, professores, pais e direção, e que a Câmara já se disponibilizou a comparticipar em reuniões anteriores, é "essencial para travar o estado de degradação dos edifícios", situação que "está a prejudicar o normal funcionamento das atividades letivas".

PYJ // JGJ

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