Viana do Castelo, 30 mai (Lusa) - O presidente da Câmara de Viana do Castelo acusou hoje a administração dos CTT de "arrogância" para com a população por avançar com o fecho de estações dos correios do concelho sem informar os "legítimos representantes".

"Isto é uma manifestação de arrogância na forma como trataram as populações e os seus legítimos representantes. O município nem sequer foi ouvido, é uma situação de afrontamento das populações", afirmou José Maria Costa.

O socialista falava após se reunir com os presidentes das três freguesias do concelho que deverão perder as respetivas estações de correios - casos de Vila Nova de Anha, Darque e Lanheses - cuja continuação dos serviços já estará "negociada", asseguraram estes autarcas, com agentes privados locais.

Na quarta-feira, após se reunir em Lisboa com a administração dos CTT, José Maria Costa confirmou a intenção daquela empresa de passar estas três estações a postos de correios. Nesse encontro ficou prevista a possibilidade de as Juntas de Freguesia assegurarem o mesmo serviço, solução que estas três autarquias admitiram hoje ser possível, desde que não acarrete custos, nomeadamente com funcionários.

"Vou comunicar à administração dos CTT a disponibilidade da Câmara e das três Juntas de Freguesia para reunirmos e estabelecermos as condições de um futuro protocolo, que permita garantir que um serviço público, como são os correios, fique na esfera de outro serviço público. As Juntas de Freguesia podem garantir a isenção e o rigor que são necessários para este tipo de serviço", apontou José Maria Costa, apesar de demonstrar "oposição" à saída da empresa daquelas freguesias.

A estação de correios de Lanheses está hoje fechada "por questões de segurança", lê-se numa informação colocada no local pelos CTT, o que acontece antes de a população ali contestar o encerramento definitivo através de uma manifestação agendada para as 18:30.

"Informamos que por questões de segurança a loja dos CTT de Lanheses encontra-se encerrada", lê-se no aviso colocado pela empresa na porta daquela estação, indicando as lojas na cidade de Viana do Castelo ou na vila de Ponte de Lima como alternativas.

Contactada pela agência Lusa, a administração da empresa confirmou a "transferência dos serviços" prestados naquela estação "para um posto de correio localizado a 50 metros de distância, entretanto criado", estimando por isso um "impacto nulo" desta mudança para a população.

Um posto de correio, explicou a fonte, "é um balcão postal explorado por um parceiro dos CTT, seja um particular ou uma Junta de Freguesia", que "recebe formação especializada e é remunerado pelos Correios para esta prestação". Já uma estação "é uma loja diretamente explorada" pela empresa.

"Todos os serviços postais continuam sempre disponíveis a 100%, incluindo os pagamentos de vales de prestações sociais, a cobrança de faturas e a receção de objetos registados e encomendas, entre outros", assume a administração dos CTT sobre o futuro espaço de Lanheses.

Aquela estação funcionava desde 1951 e, segundo a Junta local, serve a população de 12 freguesias dos concelhos de Viana do Castelo e de Ponte de Lima.

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