Abreu Amorim admite abandonar vida política após derrota em Gaia
Porto Canal / Agências
Vila Nova de Gaia, 02 out (Lusa) -- O candidato da coligação PSD/CDS à Câmara de Gaia derrotado domingo pelo PS, Carlos Abreu Amorim, admitiu hoje poder abandonar a vida política e regressar à vida académica, mas só depois de uma "reflexão profunda".
"Eu não fui capaz de unir o eleitorado natural da coligação Gaia na Frente e portanto tenho de fazer uma reflexão profunda sobre se continuo na vida política ou se regresso à minha vida académica", afirmou à Lusa o deputado que nas eleições de domingo conseguiu apenas 19,97 % dos votos, contra 38,15 do PS.
Carlos Abreu Amorim, que hoje esteve na Assembleia da República, admitiu que "todas as carreiras académicas [e] políticas têm altos e baixos", mas "não se deve decidir a quente".
"Por isso é que não digo já o que vou fazer porque acho que devo deixar passar alguns dias", explicou.
O social-democrata já decidiu porém que não ficará em Gaia para assumir o cargo de vereador, referindo ter-se candidatado "com um projeto de governação [que] foi claramente rejeitado".
"Julgo que não seria coerente com esse projeto eu aceitar agora o lugar de vereador sem pelouro, sem pasta, sem oportunidade de por em prática as minhas ideias", justificou Abreu Amorim para quem "os políticos, todos eles, devem ver que quando o eleitorado pura e simplesmente não aceita ou rejeita as suas propostas".
"Há um juízo pessoal e o juízo pessoal é que as minhas propostas não foram aceites, foram recusadas e portanto eu devo agir em conformidade", continuou.
O deputado lembrou ter ficado "em segundo lugar mas a uma distância muito grande do primeiro", salientando que o eleitorado natural da coligação "fendeu-se".
"Os votos da coligação Gaia na Frente e do independente dão a vitória, mas julgo que teria havido uma dinâmica de vitória imparável para o eleitorado natural que tem sido o da coligação e que se dividiu em dois", referiu.
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