Pelo menos 22 jornalistas estrangeiros sequestrados na Síria no último ano
Porto Canal / Agências
Cairo, 02 out (Lusa) - Pelo menos 22 jornalistas estrangeiros foram sequestrados durante o último ano na Síria, muitos dos quais permanecem em cativeiro, denunciou hoje a organização Campanha Emblema de Imprensa (PEC, sigla em inglês).
Num comunicado, a organização não-governamental que promove a defesa dos direitos dos jornalistas condenou "nos termos mais fortes" o aumento do número de sequestros registados no território sírio, a maioria realizados por grupos armados.
De acordo com a PEC, 22 profissionais de comunicação social foram feitos reféns no território sírio durante o último ano: cinco norte-americanos, cinco italianos, três franceses, dois alemães, dois espanhóis, um húngaro, um mexicano, um palestiniano, um polaco e um ucraniano.
Alguns dos jornalistas sequestrados foram libertados após um longo período em cativeiro, como foi o caso do italiano Domenico Chirico, de 62 anos. Depois de cinco meses de cativeiro, o enviado especial do jornal La Stampa foi libertado em agosto.
A organização, com sede em Genebra, recordou no entanto de que pelo menos oito jornalistas continuam nas mãos dos respetivos sequestradores, destacando o norte-americano James Foley, desaparecido a 22 de novembro, e o espanhol Marc Marginedas, enviado do jornal El Periódico de Catalunya, retido desde 04 de setembro.
O secretário-geral da PEC, Blaise Lempen, referiu que a maioria dos sequestros é perpetrada por rebeldes que pedem posteriormente resgates em troca da libertação dos reféns.
Nesse sentido, o representante instou a oposição síria e os comandantes das forças rebeldes a tomarem medidas contra os autores dos sequestros, que "mancham muito a imagem da oposição síria".
No mesmo comunicado, a PEC destacou que nos primeiros nove meses deste ano, pelo menos 90 jornalistas perderam a vida em atos de violência em 26 países.
A organização não-governamental assinalou que no terceiro trimestre deste ano a situação dos jornalistas deteriorou-se no Egito, Filipinas e Guatemala.
A Síria, com 13 jornalistas mortos, e o Paquistão, com 11, continuam a ser os países com mais registos de mortes entre os profissionais de comunicação social.
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