Pizarro saúda povo do Porto pelo "não" ao "emissário do Governo

| Política
Porto Canal / Agências

Porto, 29 set (Lusa) -- Manuel Pizarro, candidato do PS à Câmara do Porto, assumiu hoje a "derrota pessoal" na corrida eleitoral, saudou o "inequívoco" não dado "emissário do Governo" e destacou que "quem manda" na cidade "é o povo".

Admitindo estar "triste" por ter perdido as eleições, o socialista que vai ficar na Câmara do Porto como vereador da oposição saudou o vencedor, Rui Moreira, e, "em especial", o povo do Porto, por ter dado "um enorme não ao populismo mais miserável e ao centralismo mais hipócrita".

"Acho que merecíamos outro resultado, mas quem decide é o povo e, apesar de tudo, o povo decidiu recusar o que era pior e mais grave para a cidade. Decidiu recusar um Porto de joelhos perante o Governo de Lisboa", afirmou Pizarro, na sede de candidatura na Avenida dos Aliados, onde não faltaram aplausos e palavras de apoio ao socialista.

Pizarro referia-se ao candidato social-democrata Luís Filipe Menezes e, falando nas "condições terríveis" em que decorreu a campanha, frisou que "todo o sistema mediático gerou a ideia de um voto útil no candidato que acabou por ganhar".

"Uma boa parte do combate foi feito sobre quem ganhava ao emissário do Governo", destacou.

"Em especial, saúdo um facto inequívoco: quem escolhe o presidente da Câmara do Porto é o povo do Porto. Eles juntam-se às molhadas: comentadores que sabem de tudo, sondagens perfeitas na sua conceção técnica, órgãos de comunicação social capazes de vender tudo, até a sua alma, mas esquecem-se que quem manda no Porto é o povo", vincou.

Pizarro, que esperava que a vitória do PS no Porto fosse o início de uma mudança política nacional, sustentou que o Governo "saiu semivencedor destas eleições", porque "perdeu o PSD e ganhou o CDS", partido que apoiou a candidatura do independente Rui Moreira.

"Foi notável a preocupação dos dois candidatos em esconder os símbolos dos dois partidos. Os próximos meses vão obrigá-los a clarificar a que obediência se cingem", alertou.

Assegurando "participar com lealdade na governação da cidade", Pizarro prometeu "não vou abdicar daquilo que as pessoas que votaram no PS esperam que o PS represente -- um Porto solidário, fraterno e amigo da liberdade".

"Não me vou embora. Vou ser vereador da Câmara do Porto. Tenho sob as minhas costas um enorme peso, das pessoas pobres, dos excluídos, daqueles a quem o PSD e o CDS está a por na miséria, a quem Governo oprime todos os dias e retira direitos elementares", afirmou.

Para Pizarro, "o próximo grande conflito da Câmara do Porto" será levar o Governo a pagar os "64 milhões de euros de indemnização pelos terrenos do aeroporto Francisco Sá Carneiro" a que a autarquia portuense "tem direito", à semelhança do que aconteceu com o município portuense.

Falando num "sabor agridoce de uma vitória e uma derrota", o candidato do PS apontou para a "necessidade de, já amanhã, lutar por um Porto mais desenvolvido, menos desigual".

"Este é o Porto pelo qual nos bateremos. Viva o Porto", afirmou, arrancando da plateia o mais forte aplauso da noite.

ACG // MSP

Lusa/fim

+ notícias: Política

PSD: Montenegro eleito novo presidente com 73% dos votos

O social-democrata Luís Montenegro foi hoje eleito 19.º presidente do PSD com 73% dos votos, vencendo as eleições diretas a Jorge Moreira de Silva, que alcançou apenas 27%, segundo os resultados provisórios anunciados pelo partido.

Governo e PS reúnem-se em breve sobre medidas de crescimento económico

Lisboa, 06 mai (Lusa) - O porta-voz do PS afirmou hoje que haverá em breve uma reunião com o Governo sobre medidas para o crescimento, mas frisou desde já que os socialistas votarão contra o novo "imposto sobre os pensionistas".

Austeridade: programa de rescisões poderá conter medida inconstitucional - jurista

Redação, 06 mai (Lusa) - O especialista em direito laboral Tiago Cortes disse hoje à Lusa que a constitucionalidade da medida que prevê a proibição do trabalhador do Estado que rescinde por mútuo acordo voltar a trabalhar na função Pública poderá estar em causa.