Universidade de Vila Real poupa para enfrentar cortes que podem atingir 2 a 3ME

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Porto Canal / Agências

Vila Real, 26 set (Lusa) -- A Universidade de Vila Real está a reduzir custos, mobilizando funcionários para serviços efetuados por empresas externas ou reduzindo na fatura da água e luz, para enfrentar cortes que podem ir dos dois aos três milhões de euros.

O reitor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), Fontainhas Fernandes, disse hoje à agência Lusa que, este ano, o volume de transferências do Estado pode ser menor entre dois a três milhões de euros, comparativamente a 2012.

O orçamento ainda não está fechado, até porque o Estado ainda não garantiu a transferência da totalidade do subsídio de férias.

"Defendemos que o Estado deve transferir a totalidade do subsídio de férias e não nos colocar sobre cativação. Porque é injusto e é um caráter diferencial e porque é muito difícil para nós, de um ano para o outro, acomodarmos estes cortes", afirmou Fontainhas Fernandes.

Para poupar, a UTAD está a renegociar contratos com empresas externas que prestam serviço na academia, tendo já prescindido da empresa de segurança, o que originou uma poupança de 200 mil euros.

O reitor referiu que está também a apostar na mobilidade interna, transferindo recursos humanos para os serviços prestados pelas empresas externas.

A universidade criou ainda a figura de zelador de edifício, a quem cabe fazer cumprir regras, como o apagar as luzes ou ver se as torneiras estão bem fechadas, que podem ajudar a reduzir em 5%, ou seja 60 mil euros, os gastos com a água, luz e gás.

Esta semana foi também apresentado um plano de reordenamento dos edifícios, para cumprir em oito anos, que implica uma racionalização dos espaços, a nível de secretarias e bibliotecas.

A UTAD vai ainda encerrar o edifício do ex-DRM, onde já não há aulas e apenas está guardado espólio dos docentes, poupando na renda e nos custos de funcionamento, e quer transferir as aulas do CIFOP para o campus, utilizando o espaço para aumentar a capacidade de instalação da ação social.

O reitor ambiciona ainda transformar a UTAD num "ecocampus", onde o estacionamento vai passar a ser pago. Essas verbas serão utilizadas na manutenção do Jardim Botânico da universidade.

O centro do campus ficará pedonal para "permitir que as pessoas vivam a universidade".

Quanto ao novo edifício da UTAD, já concluído há muito tempo, vai ser ocupado gradualmente pelas áreas em que a academia transmontana se pode diferenciar no mercado da prestação de serviços, nomeadamente nas agroalimentares, carnes ou biotecnologias.

Para ajudar as famílias com mais dificuldades, o reitor referiu ainda que se estão a elaborar planos de pagamento de propinas mensais.

Na primeira fase do concurso de acesso ao Ensino Superior, foram preenchidas 80% das vagas.

Nesta segunda fase, alguns cursos das áreas das engenharias, como Civil, Energias ou Reabilitação e Acessibilidades Humanas, continuaram com todas as vagas por preencher.

O reitor referiu que se está a fazer uma análise das áreas que tiveram menor procura, mas adiantou que a avaliação final só poderá ser feita depois da terceira fase.

No entanto, Fontainhas Fernandes referiu que, atualmente, o sistema do secundário "não está preparado" para a oferta instalada em Portugal.

"E, se é estratégico para o Estado apostar nas ciências e tecnologias tem que ser estratégico apostar no ensino da matemática e da física, áreas com mais emprego e mais procura a nível internacional", frisou.

PLI // JGJ

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