Portugal e Espanha podem "exigir mais da Europa" na energia elétrica - Governo
Porto Canal / Agências
Lisboa, 25 set (Lusa) -- Portugal e Espanha podem "exigir mais da Europa", porque o que têm feito em termos de promoção da concorrência no mercado ibérico de eletricidade "é superior" ao realizado na União Europeia, defendeu hoje o secretário de Estado da Energia.
"Estamos [os dois Governos] em condições de exigir mais da Europa, porque aquilo que temos feito em termos de integração, em termos de promoção da concorrência nesta área [eletricidade] é superior àquilo que se tem observado, em média, na União Europeia", afirmou Artur Trindade, acrescentando que os dois países têm "algum capital de queixa e alguma capacidade de exigir melhorias" ao nível europeu.
Durante a sua intervenção no encerramento de um seminário sobre mercados energéticos, organizado pela Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola, em Lisboa, o governante apontou como objetivos para o mercado ibérico de eletricidade "mais integração, mais concorrência, mais eficiência e melhor escolha para os consumidores de energia".
Sobre o mercado ibérico de gás natural, Artur Trindade disse que "há mais trabalho a fazer" e que as "preocupações ao nível da concorrência são maiores" do que no mercado de eletricidade.
O secretário de Estado disse que a escala dos operadores, as quotas de mercado e as "barreiras existentes" às trocas entre os dois países "são superiores àquelas que existem no lado da eletricidade", pelo que "exigem ação imediata".
Artur Trindade afirmou que os governos de Portugal e Espanha estão de acordo em relação a este diagnóstico, adiantando que "rapidamente" chegarão a um consenso sobre as "medidas concretas a tomar para resolver os problemas" existentes.
O secretário de Estado da Energia de Espanha, Alberto Nadal, afirmou, por sua vez, que a "experiência de um mercado ibérico de eletricidade foi positiva", mas sublinhou a importância da sua integração num contexto europeu.
Alberto Nadal defendeu ainda que a "Península Ibérica pode ser uma forte alternativa de entrada de gás para todo o continente" europeu, mas reconheceu que "não é fácil integrar plenamente" os sistemas existentes nos dois países.
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