18 rebeldes curdos evadem-se de prisão turca através de túnel
Porto Canal / Agências
Diyarbakir, 25 set (Lusa) -- Dezoito detidos, acusados de ligações aos rebeldes curdos do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), evadiram-se através de um túnel que escavaram numa prisão do leste da Turquia, referiram fontes dos serviços de segurança.
Os 18 detidos escaparam de uma prisão em Bingol durante a noite e após o alerta foram enviadas forças de segurança para a região, numa tentativa de detetar os fugitivos.
O ministro da Justiça, Sadullah Ergin, citado pela agência noticiosa Anatolia, precisou que quatro dos detidos cumpriam pena em Bingol, enquanto os restantes 14 estavam em detenção provisória e aguardavam julgamento.
O leste e sudeste da Turquia, habitados por uma maioria de população curda, estão em convulsão desde 1984, o início da rebelião armada do PKK pelo direito à autodeterminação da região, num conflito que segundo o exército turco já provocou 45.000 mortos.
Os rebeldes anunciaram em março uma trégua e iniciaram a retirada para as suas bases recuadas, situadas nas montanhas do norte do Iraque, no âmbito das conversações de paz entre o seu líder detido, Abdullah Ocalan, e as autoridades turcas.
A retirada foi suspensa no início de setembro, com o PKK a apelar a Ancara para anunciar medidas concretas dirigidas à população curda, cerca de 15 milhões dos 73 milhões de habitantes do país. A liderança curda, que perece ter recuado na exigência de independência para a região, defende agora o direito à educação na sua língua e um estatuto de autonomia para as zonas de maioria curda.
O movimento curdo também reivindica a libertação de milhares de militantes detidos pelas suas supostas ligações ao PKK.
Em resposta a uma questão de um deputado curdo, Ergin afirmou na terça-feira que 26.388 pessoas foram perseguidas entre 2009 e 2012 sob a acusação de pertencerem a uma "organização terrorista", com 20.265 condenadas durante o mesmo período, informou a cadeia televisiva CNN-Turk.
O Governo turco do Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP, islamita moderado e no poder desde 2002), já referiu que vai anunciar na próxima segunda-feira um conjunto de reformas legislativas destinadas a democratizar o país.
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