Porto, 25 set (Lusa) - O candidato independente à Câmara do Porto Rui Moreira acusou hoje os candidatos do PSD e do PS de só combaterem a "doença" do centralismo "quando o Governo não é da cor dos seus partidos".

Rui Moreira falava aos jornalistas no final de uma visita à Associação Democrática de Defesa dos Interesses e da Igualdade das Mulheres, onde criticou a "insensibilidade do Estado central e da Segurança Social para o papel que estas instituições têm no terreno".

"Há muitos anos que eu denuncio o centralismo. O centralismo é uma doença de que o país padece há muitos e muitos anos", disse.

O candidato independente assegurou que não muda "de discurso todos os dias" nem "em função do Governo", considerando que a candidatura que encabeça pode "fazer a diferença em termos nacionais": "pela primeira vez, ter um município que, livre destas peias partidárias, pode fazer sempre as mesmas exigências e dar o exemplo e aí ser uma voz".

Sobre os opositores do PS e do PSD, Rui Moreira foi perentório: "Esses candidatos combatem o centralismo quando não gostam do Governo ou quando o Governo não é da cor dos seus partidos. Sempre que o Governo é da cor dos seus partidos, subitamente esquecem esse discurso".

Durante a campanha eleitoral, referiu, num dia conseguem "dizer mal do centralismo e no outro dia fazer a apologia" do centralismo.

O candidato independente defendeu que o "Porto não deve ser capital, mas o Porto deve ser a voz daqueles que não são capital". Exemplos da doença do centralismo são, na opinião do candidato independente, casos como o aeroporto do Porto e agora a tentativa relativamente à rodoviária STCP, à Metro do Porto e à RTP.

Interrogado sobre a regionalização, Rui Moreira considerou que esse é um projeto que nunca se deve abandonar" sublinhando, no entanto, que "objetivamente não é aquele projeto que os portugueses neste momento têm em mente, não é essa a vontade dos cidadãos".

Além de Rui Moreira concorrem à Câmara do Porto Luís Filipe Menezes (PSD/MPT/PPM), Manuel Pizarro (PS), Pedro Carvalho (CDU), José Soeiro (BE), Nuno Cardoso (independente), José Carlos Santos (PCTP/MRPP) e José Manuel Costa Pereira (Partido Trabalhista Português).

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