Porto, 24 set (Lusa) -- O candidato do BE à Câmara do Porto, José Soeiro, acusou hoje o presidente da autarquia de deixar a cidade com "100 milhões de euros a menos" e de querer calar o povo com uma política antigrafitos.

"A cidade hoje está mais pobre. Há 100 milhões de euros de património que pertencia à cidade que foi alienado nos últimos anos pelo PSD/CDS. Quando se fizerem as contas do deve e do haver do que foi deixado à cidade é preciso ter em conta esta parcela escondida", destacou o candidato, referindo-se às contas apresentadas na segunda-feira na Assembleia Municipal do Porto por Rui Rio.

Soeiro falava aos jornalistas junto à estação de metro da Trindade, durante a pintura de painéis com a mensagem "Há quem ganhe com a tua abstenção, tu talvez não", e alertou que a ação antigrafitos do autarca pretende deixar "o povo mudo".

"Tapar as várias formas de expressão é um dos modos de condenar as pessoas a terem menos voz. Esta ideia de tapar uma cidade inteira de branco, que é a ideia subjacente à intervenção da autarquia, pode ser resumida numa frase que li uma vez numa parede: Paredes brancas, povo mudo. O que se pretende é que o povo esteja mudo", frisou Soeiro.

Referindo-se ao Porto como "uma cidade que tem preferido os muros mudos do que as paredes a murmurar", o candidato do BE esclareceu que a ação desta manhã pretendeu deixar a mensagem de que a abstenção é um "favor" que se faz "a quem tem governado" e votar é fazer "tremer" o poder.

"Se toda a gente que se tem abstido, que tem estado descontente, que se tem indignado, se toda a gente votar, o poder treme e a cidade beneficia com essa transformação. A abstenção é um favor que fazemos a quem tem governado. O populismo agradece a abstenção. O PSD agradece a abstenção", frisou.

Além de José Soeiro, concorrem à Câmara do Porto no dia 29 Luís Filipe Menezes (PSD/MPT/PPM), Manuel Pizarro (PS), Rui Moreira (independente), Pedro Carvalho (CDU), Nuno Cardoso (independente), José Carlos Santos (PCTP/MRPP) e José Manuel Costa Pereira (Partido Trabalhista Português).

O social-democrata Rui Rio, eleito pelo PSD/CDS, é presidente da Câmara do Porto há três mandatos e não se pode recandidatar.

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