Tropas quenianas combatem "um ou dois" atacantes no centro comercial de Nairobi
Porto Canal / Agências
Nairobi, 24 set (Lusa) -- Tropas especiais quenianas continuavam a combater, esta manhã, "um ou dois" atacantes islâmicos barricados no interior do centro comercial "Westgate", em Nairobi, indicaram fontes da segurança envolvidas na operação à agência AFP.
De acordo com as mesmas fontes, os atacantes foram localizados e isolados dentro ou em torno do casino, localizado num dos pisos superiores do centro comercial da capital queniana.
Disparos esporádicos e explosões podiam ser ouvidos a partir do interior do "Westgate" durante esta madrugada, de acordo com testemunhas.
Os recentes combates eclodiram horas depois de o Governo queniano ter declarado que detinha "controlo total" sob a situação no centro comercial, quase três dias depois do 'assalto'.
Fontes da segurança confirmaram que vários reféns foram resgatados e transportados para um hospital militar, sem facultar, contudo, um número concreto.
Na noite de segunda-feira, a ministra dos Negócios Estrangeiros queniana, Amina Mohamed, afirmou que havia "dois ou três" norte-americanos entre os autores do ataque, com idades entre 18 e 19 anos, de origem somali e árabe.
Amina Mohamed também confirmou o envolvimento de uma mulher britânica que, segundo as informações de que dispõe, já teria participado noutros atentados terroristas.
Anteriormente, a polícia queniana tinha dito estar a estudar informações, de acordo com as quais a britânica Samantha Lewthwaite, viúva de um dos 'kamikazes' dos atentados de 07 de julho de 2005, em Londres, estaria "envolvida".
A milícia fundamentalista somali Al-Shebab, com ligações à Al-Qaida, reivindicou a autoria do ataque, que começou a meio do dia do passado sábado, quando homens armados entraram no complexo, atirando granadas e disparando armas automáticas.
A Al-Shebab justificou o ataque como sendo uma retaliação pela intervenção militar queniana na Somália, onde militares do Quénia se encontram a combater os islamitas desde o final de 2011.
A polícia queniana deu conta, entretanto, da detenção de mais de dez suspeitos ligados ao ataque, do qual resultaram pelo menos 62 mortos e 180 feridos.
Segundo a Cruz Vermelha, há ainda cerca 60 pessoas que continuam desaparecidas por estarem incontactáveis desde o ataque.
As vítimas são de várias nacionalidades. Na noite de segunda-feira, o secretário da Defesa britânico, Philip Hammond, indicou que provavelmente estarão entre estas seis compatriotas seus."A melhor estimativa que temos, neste momento, é a de que seis britânicos terão sido mortos", afirmou, após uma reunião do comité de emergência presidido pelo primeiro-ministro britânico, David Cameron.
A Coreia do Sul, por exemplo, informou hoje que uma cidadã sul-coreana também estará provavelmente entre as vítimas.
Num comunicado, emitido hoje, o ministério dos Negócios Estrangeiros sul-coreano, citado pela Efe, sublinha que apenas conseguiu identificar a vítima, com base em declarações de amigos desta no Quénia e que "poderá levar muito tempo até se confirmar oficialmente a identidade do corpo".
Durante estes últimos três dias, as forças de segurança e as corporações de voluntários conseguiram retirar cerca de mil pessoas do "Westgate", um dos centros comerciais mais luxuosos da cidade e frequentado por expatriados e quenianos da classe alta.
Este foi o pior ataque terrorista em Nairobi, desde o bombardeamento da embaixada dos EUA pela Al-Qaeda, em 1998, que causou mais de 200 mortos.
DM(RN) // DM.
Lusa/fim