PS e CDU atacam herança de 12 anos de Rui Rio na câmara do Porto

| Política
Porto Canal / Agências

Porto, 24 set (Lusa) - O PS diz que o presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, "vê uma fantástica recuperação do edificado" onde só há "prédios entaipados" e a CDU considera que o autarca fez "uma gestão miserável" desde 2001.

A cidade "está pior do que há 12 anos", resumiu o deputado Artur Ribeiro, da CDU.

Estas posições foram expressas na última sessão deste mandato da Assembleia Municipal, que começou segunda-feira à noite e terminou já esta madrugada.

Rui Rio fez um balanço dos 12 anos em que foi presidente da autarquia portuense, concluindo que o município sofreu uma "mudança brutal" e sem paralelo em vários setores.

O autarca referiu que a movida noturna anima hoje uma zona da cidade onde havia "ruas às moscas", há "mais de 100 novas ruas", o turismo está a um nível "claramente para lá do que podia prever", a reabilitação urbana está à vista, "particularmente" na Baixa, e a cultura e animação conheceram "uma evolução como nunca houve".

"Há dois Portos, um onde reside Rui Rio e outro onde resido eu. O doutor Rui Rio vê uma fantástica recuperação do edificado e eu só vejo prédios entaipados e não é preciso ir para longe", ironizou o deputado socialista Gustavo Pimenta.

O deputado referiu que a há "dezenas de prédios que são câmara que estão entaipados e a cair"

"O edificado do Porto está em profunda degradação. Não é por acaso que vai perdendo residentes", continuou.

Gustavo Pimenta afirmou também duvidar de que o projeto que a câmara tinha para o Palácio de Cristal, que contemplava a construção de um grande centro de congressos seja mais vantajoso para a cidade do que a recuperação do Mercado do Bolhão, como disse Rui Rio.

O autarca apontou o Bolhão e o Palácio de Cristal como exemplos de projetos municipais falhados, alegando que tal sucedeu porque "não se conseguir associar privados" devido à crise.

O Palácio de Cristal é a obra mais importante, por ser multiplicador da economia

"Se eu aqui ficasse, o meu primeiro esforço ia para o Palácio e não para o Bolhão" por ser mais benéfico para a economia portuense, sublinhou.

Já o bloquista José Castro contestou o balanço feito por Rui Rio, nomeadamente na frente financeira, considerando, por exemplo, que "uma das surpresas do próximo mandato vai ser a revelação do estado das finanças municipais que não é aquele que tem sido vendido.

Artur Ribeiro, por seu lado, disse que Rio "não fez nada" e acrescentou que o autarca "fez uma gestão miserável do Porto, que está pior do que há 12 anos".

"O senhor sai daqui e não deixa saudades. Há aqui muitas coisas que não se sabem, mas espero que se venham saber no próximo mandato", referiu o mesmo eleito.

No período antes da ordem do dia, os deputados aprovaram uma moção da CDU que, a respeito do fecho recente do Lar das Fontainhas, exprime "oposição à política de encerramento de serviços da Segurança Social na cidade do Porto, nomeadamente no que diz respeito ao atendimento ao público, aos cuidados à infância e à terceira idade".

A coligação PSD-CDS/PP votou de modo diferente esta moção: os social-democratas abstiveram-se e os centristas votaram contra, recordando estes que o importante é "que sejam prestados os melhores serviços" aos munícipes.

AYM // JCS.

Lusa/fim

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