Jovem que matou padrinho em Braga é imputável - sentença a 3 de outubro

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Porto Canal / Agências

Braga, 23 set (Lusa) -- O Ministério Público no Tribunal de Braga pediu hoje a condenação por homicídio qualificado de um jovem acusado de matar com 27 facadas o padrinho, depois de um perito ter dado o arguido como imputável.

Já a defesa pediu ao tribunal que no acórdão, a proferir em 03 de outubro, tenha em consideração uma série de atenuantes, sobretudo a difícil infância do arguido, que aos dois anos foi retirado aos pais, por alegadamente ser vítima de violência.

A idade do arguido (20 anos), a confissão dos factos e o arrependimento que demonstrou são outros fatores que a defesa hoje esgrimiu, nas alegações finais.

A família da vítima, um aristocrata de Braga, pede uma indemnização de 110 mil euros.

Em tribunal, o arguido confessou que na origem do crime esteve uma "violenta discussão" por causa de 80 euros.

Segundo o arguido, a vítima atravessava grandes dificuldades financeiras e no dia do crime (26 de outubro de 2012) ter-lhe-á exigido que lhe desse, para ajuda nas despesas da casa, os 80 euros que ele teria acabado de receber, como pagamento de uns "biscates".

A questão terá gerado uma "discussão violenta" entre padrinho e afilhado, acabando em homicídio.

"Fiz uma coisa que não devia", referiu o arguido, que, no entanto, garantiu não se recordar da forma como o crime foi consumado.

No entanto, já se recorda que de ter sido ele mesmo a tentar reanimar o padrinho e a chamar os bombeiros.

A vítima, Gaspar Roby, de 69 anos, era um dos quatro filhos da condessa de Infias, Braga.

Segundo a acusação, deduzida pelo Ministério Público (MP), Gaspar Roby e a mulher eram padrinhos do arguido e acolheram-no quando ele tinha apenas 2 anos e oito meses.

Fizeram-no a pedido da Segurança Social, dado "os respetivos progenitores se encontrarem incapacitados de lhe prestar os cuidados necessários ao seu desenvolvimento saudável e harmonioso".

"Desde então, passaram a tratá-lo como se seu filho fosse", acrescenta a acusação.

Anos antes do crime, o arguido começou a consumir produtos estupefacientes, em cuja compra gastava o pouco dinheiro que ia conseguindo com os "biscates" que fazia na montagem de portas automáticas.

A situação gerou "insatisfação" no casal que, entretanto, começara a passar dificuldades económicas e que, por isso, queria que o afilhado contribuísse para as despesas da casa.

As discussões foram sendo cada vez mais frequentes, sobretudo com a madrinha, mas a 26 de outubro de 2012, pelas 19:00, a discussão, fatal, seria com o padrinho, no apartamento onde viviam, em S. Vicente, Braga.

O jovem terá pegado numa faca com uma lâmina de oito centímetros, em aço, e atacado o padrinho pelas costas, tapando-lhe a boca com uma mão, enquanto com a outra desferiu vários golpes.

A vítima foi transportada ao hospital, ainda com vida, mas viria a morrer às 00:50 do dia seguinte, no decurso de uma operação a que estava a ser submetido.

VCP // JGJ

Lusa/fim

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