Peritos debatem crise do aquecimento global em Estocolmo
Porto Canal / Agências
Estocolmo, 23 set (Lusa) -- O grupo intergovernamental de peritos sobre mudanças climáticas, painel estabelecido pela ONU na década de 1980, iniciou hoje em Estocolmo uma conferência que deverá confirmar os cenários mais alarmantes sobre o aquecimento global e a responsabilidade humana.
"As provas científicas das alterações climáticas são reforçadas ano após ano, deixando poucas incertezas quanto às suas graves consequências", afirmou o presidente do grupo intergovernamental de peritos sobre mudanças climáticas (IPCC, sigla em inglês), Rajendra Pachauri, na abertura da conferência.
Durante quatro dias, delegados, cientistas e representantes governamentais vão analisar na capital sueca as provas científicas relacionadas com as alterações climáticas no planeta.
O objetivo será concluir a primeira parte de um relatório dedicado ao aquecimento global. Esta será a quinta avaliação elaborada por este grupo que foi distinguido em 2007 com o prémio Nobel da Paz.
Contando com as contribuições de cerca de 250 autores, o relatório irá confirmar a culpa humana nas alterações climáticas, mas também reforçar as previsões de cenários extremos e rever em alta o aumento do nível do mar, segundo uma versão provisória do documento, citada pela agência noticiosa France Press.
Em Estocolmo, Rajendra Pachauri garantiu que o documento será discutido "ponto por ponto".
O Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) foi criado em 1988 pela Organização Meteorológica Mundial e pelo Programa das Nações Unidas para o Ambiente.
Por ocasião deste encontro, a organização ecologista Greenpeace apelou aos governos e aos empresários mundiais para unirem forças contra as alterações climáticas, de forma a evitar as piores consequências.
A organização não-governamental recordou que os efeitos mais catastróficos podem ser evitados com a aceleração da transição para as energias renováveis e a redução de emissões poluentes.
A Greenpeace prevê que esta quinta avaliação vai apresentar dados preocupantes que confirmam o aumento significativo da temperatura da atmosfera e dos oceanos como consequência da atuação dos seres humanos.
"A nossa dependência de combustíveis fósseis está a desencadear o degelo dos glaciares, o aumento do nível do mar, a mudança dos ciclos hídricos ou o aumento dos fenómenos meteorológicos extremos", salientou Aida Vila, responsável pela campanha da Mudança Climática e Energia da Greenpeace Espanha, em declarações à agência espanhola EFE.
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