Aniversários dos nascimentos de Jesus Cristo e de Maomé celebrados quinta e sexta-feira

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Porto Canal com Lusa

SUBSTITUIÇÃO: Rabat, 23 dez (Lusa) -- Os crentes das duas maiores religiões monoteístas do mundo celebram quinta e sexta-feira a festa do nascimento dos fundadores do islamismo e do cristianismo, uma proximidade de datas que não acontecia desde o século XVI.

Os cristãos seguem o calendário gregoriano que tem 25 de dezembro como o dia do nascimento de Jesus Cristo enquanto os muçulmanos seguem o calendário islâmico, com 12 meses lunares e um ano de 354 ou 355 dias.

A festa islâmica, o Id Mawlid, aniversário do profeta, é celebrada no 12.º dia do terceiro mês do calendário muçulmano, cujo ano islâmico começa no Dia da Hégira, em que Maomé deu início à jornada de Meca a Medina, corria o ano de 622.(Notícia substituída porque as duas datas não são coincidentes)

Os meses muçulmanos seguem o calendário lunar, pelo que todos os anos se adiantam cerca de 10 dias ao solar, razão pela qual as principais datas do Islão, incluindo o Ramadão, são móveis e não coincidem com o calendário gregoriano.

Por seu lado, o mundo cristão celebra o nascimento de Jesus Cristo num dia fixo e a universalização das celebrações já permitiu que todas as festividades saltassem o Mar Mediterrâneo para os países do norte de África, de maioria muçulmana, e encontraram eco sobretudo em Marrocos.

Alguns consideram tratar-se de uma colonização cultural, enquanto outros falam da globalização do mercado e do consumo.

Em Marrocos, segundo relata a agência e notícias espanhola EFE, há escolas que chegam a convidar um "Pai Natal" para os apresentar às crianças, à supermercados adornados com todo o tipo de produtos alusivos à época natalícia.

"Não que os muçulmanos celebrem uma data cristã, mas, de alguma maneira, o espírito natalício, pelo menos o mais comercial, também está nas ruas", escreve o autor do artigo, Javier Otazu.

São várias as lojas em várias cidades do país que vendem árvores de Natal, produto que, curiosamente, é maioritariamente comprado por clientes muçulmanos, que também compram disfarces de "Pai Natal".

Paradoxalmente, o aniversário do nascimento de Maomé passa quase despercebido nas ruas e cidades muçulmanas, uma festa invisível que se passa dentro de casa, contrastando com as grandes datas do calendário islâmico, como o Ramadão e Id Al Fitr, o Festa do Carneiro, que assinala o fim de jejum.

Na Medina de Rabat, um comerciante de produtos associados aos rituais islâmicos adiantou que, nestes dias, vende sobretudo pequenos incensários, destinados a queimar incenso ou sândalo para perfumar casas e mesquitas, mas o movimento na loja é igual a qualquer outro.

Nos últimos anos, tem ganhado peso a leitura salafista do Islão, com um rigor "importado" da Arábia Saudita, em que a celebração de festas é vista com "maus olhos" pelos que pretendem "limpar" a religião islâmica de "impurezas".

A veneração de Maomé, por exemplo, é considerada uma "bida" - una inovação que se afasta da norma - e, embora não caia na categoria de "heresia" basta uma visita pelas páginas de sítios de cariz islâmico na Internet para se perceber os muitos que as condenam.

O salafismo, obcecado com o monoteísmo, opõe-se a qualquer culto ou veneração a Maomé, que é apenas um "mensageiro de Deus".

"Assim, as cidades islâmicas contam com um Natal certamente laico e comercia, enquanto as festividades do profeta Maomé ficam relegadas a uma velha tradição com cada vez menos partidários", conclui o autor do artigo.

JSD // PJA

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