'Troika' chega domingo à Grécia para nova avaliação

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Porto Canal / Agências

Atenas, 21 set (Lusa) -- A 'troika' chega domingo à Grécia para uma nova avaliação às contas públicas e às reformas que estão a ser levadas a cabo no país.

Os responsáveis da 'troika' (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) inicialm o trabalho com um encontro com o ministro das Finanças grego, Yiannis Stournaras, no domingo à tarde.

A imprensa grega tem sublinhado nas últimas semanas que a chegada dos chefes da 'troika' coincide precisamente com o dia das eleições na Alemanha, o maior contribuinte da europeu para o resgate à Grécia.

Esta missão, que deve estar concluída antes da reunião do Eurogrupo de 15 de outubro, será fundamental para a libertação de uma nova tranche de mil milhões de euros, que faz parte do segundo resgate financeiro do país, acordado em fevereiro de 2012.

Ao contrário do que aconteceu noutras ocasiões, desta vez o Governo grego diz que vai dar boas notícias aos credores internacionais.

A recessão estabilizou e há a perspetiva de um excedente orçamental primário (excluindo o serviço da dívida) para 2013, tendo em conta os resultados já alcançados nos primeiros oito meses do ano.

Além disso, pela primeira vez desde o início da crise em 2010, a taxa de desemprego desceu ligeiramente para 27,1% no segundo trimestre, o que compara com 27,4% do período anterior.

"Os sinais de recuperação são evidentes", afirmou o ministro das Finanças na semana passada.

Apesar do otimismo do Executivo helénico, a missão da 'troika' chega a Atenas no meio de um clima social e político particularmente tenso.

A morte de um músico antifascisca por um presumível membro do partido Aurora Dourada tem levado a por em causa a frágil coligação que está no poder, acusada de não fazer nada para sancionar os modos de atuação do partido de extrema direita.

O Aurora Dourada tem vindo a subir nas sondagens perante o crescimento da pobreza e descrédito da classe política, sendo-lhe atribuído cerca de 13% das intenções de voto.

A última semana na Grécia foi marcada por uma greve do setor público e várias manifestações.

Os sindicatos de funcionários públicos opõem-se ao avanço de um plano para saídas da administração pública.

No total, 25 mil funcionários serão colocados em disponibilidade até o final do ano, incluindo 12.500 até o final de setembro, com salário cortado para reduzir a despesa pública. Devem ser adicionados 4.000 demissões até o final de 2013, enquanto 2.600 televisão pública.

Muitos observadores dizem, contudo, que estes cortes claros em pessoal não estão associadas a reformas estruturais suficientes.

"Atua-se na quantidade, mas não na qualidade ou no longo prazo", afirmou um diplomata ocidental com posto em Atenas, citado pela agência France Presse.

Os chefes da 'troika' também vão discutir a privatização de três empresas públicas em dificuldade, Larko (minas) Elvo (fabricante do veículos) e Eas (indústria de defesa) e um novo imposto sobre a propriedade .

Na terça-feira, após uma reunião com o primeiro-ministro grego, Antonis Samaras, o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, assegurou que havia "uma luz no fim do túnel" para a Grécia.

Desde 2010, Atenas recebeu 240 mil milhões de euros da União Europeia e do FMI. Porém, espera-se que o país ainda precise de um apoio adicional, na ordem de 10 mil milhões de euros.

IM// PJA

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