Fenprof classifica abertura do ano lectivo como a pior do século

Fenprof classifica abertura do ano lectivo como a pior do século
| Política
Porto Canal

A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) classificou a abertura do actual ano lectivo como a mais confusa e atribulada deste século, só comparável com o que aconteceu em 2004.

Ainda assim, disse o secretário-geral da Fenprof em conferência de imprensa, este ano os problemas são maiores e mais diversificados, alguns deles que supostamente faziam parte do passado, como o atraso na colocação de professores, turmas com excesso de alunos ou falta de respeito por alunos com necessidades educativas especiais.

Ao longo de 60 minutos Mário Nogueira fez um balanço crítico do começo das aulas, porque, disse, falta pessoal não docente e professores, nomeadamente de educação especial, além de que a lei não está a ser cumprida, pelo que a FENPROF quer reunir-se com a Inspeção Geral da Educação e Ciência (IGEC).

Porque o que está estipulado é que cada turma não tenha mais do que dois alunos com necessidades educativas especiais e que essa turma não tenha mais de 20 alunos, o responsável deu exemplos que disse ocorrerem por todo o país onde tal não está a ser respeitado.

Em escolas de Lisboa há turmas com mais de 20 alunos e entre eles cinco têm necessidades educativas especiais e em Évora os 11 professores de educação especial foram reduzidos a cinco. Em Gouveia 71 dos 123 alunos com necessidades educativas especiais não têm qualquer apoio, exemplificou.

Mas há mais problemas, na visão de Mário Nogueira: confusão na organização dos horários letivos dos professores do primeiro ciclo do ensino básico, turmas em escolas do primeiro ciclo com vários anos de escolaridade, e coexistência de vários manuais de matemática e português, "uma incompetência a todos os títulos".

E Mário Nogueira teme, disse, que a situação piore no próximo ano, decorrente de cortes no Orçamento do Estado para 2014. E por isso volta a pedir o afastamento do ministro ao mesmo tempo que o acusa de querer desviar fundos para as escolas privadas, denegrindo a imagem das escolas públicas numa "estratégia de privatização".

A Fenprof quer reunir-se com a IGEC para lhe apresentar as situações ilegais que detetou, pedindo desde já que seja reposta a lei e as normas vigentes. E vai já no dia 25 estar com professores aposentados numa concentração marcada para Lisboa, e com um "mural do desemprego e da precariedade" no dia seguinte, no Porto.

Mário Nogueira não falou de novas manifestações de professores mas não nega que possam ocorrer. E deixa uma nota de otimismo quando diz que esta foi a pior abertura do ano letivo do século mas que ainda faltam 87 anos para o século acabar.

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