CDS de Matosinhos admite que partido no Governo pode prejudicar candidatura
Porto Canal / Agências
Matosinhos, 20 set (Lusa) -- O candidato do CDS-PP à Câmara de Matosinhos admitiu hoje que o facto de o partido integrar o Governo pode prejudicar a sua candidatura, criticando o excesso de austeridade e sublinhando que o poder local é diferente do central.
Manuel Maio falava hoje aos jornalistas à margem de uma visita à Feira de Santana, em Matosinhos, dizendo estar com "muita esperança" nesta corrida autárquica, já que sente nas pessoas "uma necessidade de mudança" de agentes e de protagonistas no concelho.
"Não estou de acordo com muitas políticas do Governo. (...) Sou crítico em alguns aspetos e considero que esta austeridade tem ido um pouco para além da própria austeridade", disse.
O centrista admitiu que a presença do CDS-PP no Governo de coligação pode prejudicar a sua candidatura, já que "as pessoas não deixam de relacionar as siglas partidárias com um partido que está no poder e que faz parte de uma política mas que não é responsável pelo estado a que este país chegou".
"Continuo a defender e defenderei sempre que o poder local é diferente do poder central", justificou.
Manuel Maio garante que é "muito autêntico no diálogo com as pessoas" e aceita as críticas e corrobora com algumas delas.
"Sinto uma necessidade de mudança. As pessoas sentem o que está a acontecer num concelho há uns anos. Estas tricas pessoais dentro da mesma família política e que absorve demasiadamente as pessoas que estão no poder e que depois não lhes dá espaço para tratar dos problemas reais das populações", criticou.
Interrogado sobre se haveria vantagens de PSD e CDS-PP terem surgido coligados nestas eleições, aproveitando a divisão à esquerda, o candidato foi perentório: "não tenho dúvida nenhuma que se PSD e CDS em Matosinhos se apresentassem numa lista única poderia haver uma grande oportunidade pela concentração de votos que está no centro de direita".
Além de Manuel Maio, concorrem em Matosinhos os candidatos Guilherme Pinto (independente), António Parada (PS), Pedro da Vinha Costa (PSD), José Pedro Rodrigues (CDU), Fernando Queiroz (Bloco de Esquerda) e Orlando Cruz (PTP).
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