PSD e PS prosseguem ataques, temas nacionais continuam a dominar discursos

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Porto Canal / Agências

Lisboa, 19 set (Lusa) - No terceiro dia de campanha oficial, o ´rating', os mercados e o ensino do inglês no primeiro ciclo entraram hoje nos discursos das caravanas nacionais, com PS e PSD a prosseguirem na troca de acusações.

Ainda no rescaldo do jantar de quarta-feira à noite em Barcelos com o líder do partido, onde Pedro Passos Coelho centrou o discurso nas críticas ao PS, o porta-voz do PSD retomou esta manhã os ataques aos socialistas, desta vez recuperando a afirmação de António José Seguro de que o primeiro-ministro "vive obcecado pelos mercados".

"É preciso explicar que esses mercados são a fonte de financiamento do Estado português, das empresas portuguesas, da família portuguesa, da sociedade portuguesa", respondeu Marco António Costa, sublinhando que "os mercados" significam financiar as empresas, exportações, emprego, uma sociedade sustentável financeiramente e um Estado que não tem de estar "dependurado em instituições estrangeiras para poder funcionar".

Do lado da caravana socialista os ataques do PSD continuam também a ser uma constante, com o secretário-geral a insistir na questão dos cortes das pensões, acusando o primeiro-ministro de ter duas palavras em relação ao tema: uma na oposição e outra agora no poder.

O dia de campanha de António José Seguro ficou hoje também marcado pela tradicional arruada na Rua de Santa Catarina, no Porto, a menos confusa dos últimos anos, sobretudo em comparação com as das eleições legislativas, tendo por isso dado oportunidade ao secretário-geral para cumprimentar e conversar com muitos cidadãos.

Mais a sul, em Almada, o secretário-geral do PCP introduziu na campanha o tema das agências de ´rating' que "ganham a vida com pareceres sobre a economia de Portugal".

"Nós não precisamos desses estudos, opiniões, ´ratings' porque a vida dos portugueses fala por si", afirmou Jerónimo de Sousa, que aproveitou ainda uma ´arruada' em Almada para condenar "armazéns de crianças" em que o Governo está a transformar a escola pública e os constantes cortes no setor, bem como a confusão na abertura do ano letivo.

No mesmo sentido, o coordenador do Bloco de Esquerda João Semedo criticou o Governo por financiar os colégios privados "em detrimento" da escola pública e deixou alertas sobre a degradação dos estabelecimentos de ensino.

João Semedo alinhou igualmente no ataque às "chantagens e pressões" das agências de ´rating', considerando que tais decisões pretendem "condicionar as decisões" de um país "que se quer autónomo, livre e independente".

Outro tema comum às caravanas comunista e ´bloquista' foi o ataque ao PS, com Jerónimo de Sousa a confessar temer uma elevada abstenção provocada por aquilo que considera ter sido uma traição aos votos protagonizada por PSD, CDS-PP e PS.

Mais otimista, o coordenador do Bloco de Esquerda disse ter "enorme confiança" no resultado das autárquicas, reclamando políticas de esquerda com consensos à esquerda "e não com consensos à António José Seguro".

Por Lisboa, depois do candidato da CDU, João Ferreira, ter afirmado que vai apresentar uma queixa da campanha autárquica do PS na Comissão Nacional de Eleitores (CNE) por oferecerem refeições em bairros municipais e por fazer uma "utilização abusiva das coletividades", o candidato socialista, António Costa, acusou os partidos de esquerda de quererem dividir o eleitorado.

Da campanha do candidato do PSD à câmara do Porto veio ainda uma promessa relacionada com a questão do inglês no ensino básico: "Quero dizer aos portuenses que não fiquem preocupados nem incomodados com isso. Já havia inglês em Vila Nova de Gaia ainda o eng. José Sócrates não tinha acordado para as atividades extracurriculares. Portanto, com Governo ou sem Governo, haverá inglês no Porto para todas as crianças no ensino básico comigo como presidente da câmara", garantiu Luís Filipe Menezes.

VAM // PGF

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