Viana do Castelo, 19 set (Lusa) - A candidata do PCTP/MRPP à Câmara de Viana do Castelo defendeu hoje a municipalização dos terrenos dos estaleiros navais, alertando que, em breve, se nada for feito, o concelho vai "acordar" com a "desativação" daquela empresa.

Para Maria Hermínia Antunes, a situação de encerramento, em resultado do concurso para a subconcessão dos terrenos da empresa e que coloca em causa 620 postos de trabalho diretos dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), "ainda é evitável".

Para tal, defende que a Câmara deve "declarar a municipalização dos terrenos dos ENVC, apoiando-se na lei". Caso contrário, aponta, o concelho "vai acordar brevemente com a notícia da desativação daquela empresa, joia da cora, rentável e com uma subida astronómica do desemprego, de que resultará o encerramento de múltiplas outras pequenas empresas e serviços".

A candidata do PCTP/MRPP falava à Lusa após uma visita aos ENVC, onde se reuniu com a administração da empresa e a comissão de trabalhadores.

Acusou o Governo de pretender "fintar a lei" com um "plano habilidoso", ao avançar para o concurso de subconcessão dos terrenos e infraestruturas dos estaleiros - que termina na segunda-feira -, em que o vencedor ficará "apenas com os ativos" e não com os trabalhadores.

O desmantelamento dos estaleiros, sublinhou Maria Hermínia Antunes, tornará o distrito de Viana do Castelo numa das regiões "mais deprimidas" do país.

Acrescentou que a situação financeira do maior construtor naval português, com um passivo acumulado superior a 250 milhões de euros, é resultado do trabalho dos gestores que foram nomeados por sucessivos governos para aquela empresa, totalmente pública.

"Pela nossa parte continuaremos a lutar em todas as frentes pelos direitos dos trabalhadores dos ENVC e de todos os que sofrerão com este crime de lesa Pátria", rematou a candidata.

Além de Maria Hermínia Antunes (PCTP/MRPP), às eleições de 29 de setembro em Viana do Castelo candidatam-se Hélder Pena (PAN), Carlos Meira (CDS-PP/MPT), Eduardo Teixeira (PSD), Ilda Figueiredo (CDU) e José Maria Costa (PS).

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