OCDE/Previsões: Dívida pública portuguesa deve superar os 130% do PIB em 2014

| Economia
Porto Canal / Agências

Lisboa, 29 mai (Lusa) -- A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) espera que a dívida pública supere a barreira dos 130% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2014, 8,4 pontos percentuais acima do limite máximo esperado pelo Governo.

De acordo com o relatório 'Economic Outlook' hoje divulgado (com as perspetivas globais da instituição, publicado duas vezes por ano), a dívida pública deverá continuar numa trajetória de crescimento este ano e no próximo, ao contrário do esperado pelo Governo no Documento de Estratégia Orçamental conhecido no final do mês passado.

O Governo espera que o nível de dívida pública caia este ano para os 122,3% do PIB, mas a OCDE espera um agravamento para os 127,7%.

Já no próximo ano, quando o Governo esperava que este valor subisse para apenas 123,7%, o mais alto das previsões incluídas no DEO (até 2017), a OCDE espera um valor substancialmente mais alto, na ordem dos 132,1% do PIB um valor historicamente alto.

Este rácio é influenciado por várias diferenças nas previsões da OCDE face ao que o Governo espera.

Desde logo o défice orçamental esperado para 2013 e 2014 pela OCDE é mais elevado que as metas acordadas (revistas recentemente) com a 'troika'. A OCDE espera um défice de 6,4% para este ano (quando a meta acordada é de 5,5%,) e de 5,6% para o próximo ano (meta de 4%).

Para além destes valores mais elevados, existem dois efeitos de base no valor do Produto Interno Bruto que influenciam o valor do rácio. Em primeiro lugar o crescimento real é mais baixo que o esperado. A OCDE espera uma recessão mais profunda este ano e de menor crescimento em 2014.

Existe ainda um efeito fundamentalmente de preços no valor nominal do PIB, usado para calcular rácio da dívida pública, sendo esperado pela organização um deflator negativo este ano na ordem dos -0,4% (contra um deflator positivo de 1,8% esperado pelo Governo) e um deflator nulo, ou a inexistência deste efeito, em 2014 (quando o executivo esperava que atingisse os 1,3%).

Este deflator teria um efeito de variação de preço, que faria crescer o PIB por um efeito fundamentalmente de preços e não de maior produção de riqueza, e a concretizar-se a projeção da organização, este efeito também prejudicaria não só as contas do Governo para o rácio da dívida pública mas também do défice orçamental.

NM // VC

Lusa/fim

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