Oposição exilada da Guiné Equatorial denuncia novas violações do regime de Obiang

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Porto Canal com Lusa

Lisboa, 19 nov (Lusa) - A oposição no exílio da Guiné Equatorial acusou hoje o Presidente equato-guineense de "violar" os requisitos da adesão do país à CPLP, denunciando que Teodoro Obiang Nguema mantém a pena de morte e a violação dos Direitos Humanos.

Numa entrevista à agência Lusa, em Lisboa, o líder da Coligação Restauradora do Estado Democrático (Cored, oposição exilada em Paris), Raimundo Ela Nsang, disse que Obiang, ao discursar no III Congresso Extraordinário do Partido Democrático da Guiné Equatorial (PDGE), que decorreu em Malabo de 10 a 12 deste mês, demonstrou que não tem qualquer intenção de revogar a pena de morte no país.

Num vídeo que o secretário-geral da Cored apresentou à Lusa, com imagens que já estão no Youtube, pode ver-se e ouvir-se Obiang a discursar no congresso do PDGE e a defender que quem mata duas ou três pessoas "não pode ficar impune com vida".

No vídeo, pode ouvir-se também Obiang, no poder desde agosto de 1979, a defender que, aos delinquentes mais perigosos do país, se devem "cortar os tendões" dos pés para que possam ser identificados mais facilmente pela população.

"Além de ser uma afronta à CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, de que a Guiné Equatorial se tornou o nono membro em julho de 2014), constitui uma violação aos Direitos Humanos", frisou Raimundo Nsang, que está em digressão por vários países da Europa para apelar à comunidade internacional que exerça pressões diplomáticas para obrigar Obiang a abandonar o poder.

Em Portugal, depois de França e Alemanha, e face à incerteza política, o secretário-geral da Cored não conseguiu resultados palpáveis com os partidos políticos portugueses, prometendo voltar assim que a situação ficar ultrapassada, com a formação de um Governo.

No entanto, e questionado pela Lusa sobre o que pode Portugal fazer pela democratização da Guiné Equatorial, Raimundo Nsang apelou a Lisboa para que, em conjunto com os restantes países da União Europeia (UE), concerte esforços para que Obiang deixe o poder antes das eleições gerais de 2016, cuja data está ainda por fixar.

Segundo o secretário-geral da Cored, que se afirmou disposto a candidatar-se às presidenciais se o país abrir verdadeiramente ao pluralismo político, é intenção de Obiang concorrer a novo mandato de sete anos para, depois, a meio, abdicar em nome de um dos filhos.

Raimundo Nsang considerou "revoltante" ver a pobreza que grassa no país, "graças à distribuição de fortunas por homens do regime", e insistiu no fim do "regime ditatorial" do Presidente equato-guineense, para que se possam realizar eleições livres.

Para a Cored participar nesse ato eleitoral, sublinhou o líder da antiga coligação formada em 2013 e transformada em partido em maio deste ano, terá de se alterar a Lei dos Partidos Políticos (os exilados não poderão participar em votações caso estejam há cinco anos nessa situação), terá de haver a supervisão das eleições pela comunidade internacional, um novo recenseamento eleitoral biométrico e a presença de representantes da oposição nas mesas de voto.

"Obiang terá uma oportunidade de sair de forma honrosa se cumprir estas condições, pois nunca ganhará o poder com eleições livres", disse Raimundo Nsang, acusando o Presidente equato-guineense de ter "infiltrado" pessoas da sua confiança nos vários partidos da oposição que, no caso da Cored, já foram identificados e expulsos.

A acompanhar Raimundo Nsang na digressão está o representante do partido na Alemanha, Carlos Aiyngono, e o líder do recém-criado partido são-tomense Ordem Liberal Democrata (OLD), Albertino Francisco, antigo ministro da Juventude e Desportos de São Tomé e Príncipe.

JSD // VM

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