Moreira acusa ministra das Finanças de "prestar serviço" a Menezes

| Política
Porto Canal / Agências

Porto, 16 set (Lusa) -- O candidato independente à Câmara do Porto Rui Moreira acusou hoje a ministra das Finanças de "veto de gaveta" por esconder a inspeção às contas da Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU) para "prestar um serviço" ao candidato do PSD.

"Era bom que [Luís Filipe Menezes, candidato social-democrata à autarquia e Ricardo Almeida, presidente da concelhia do PSD/Porto] pedissem à ministra das Finanças se não se importa de pôr cá fora o relatório antes das eleições. O Estado não pode estar à disponibilidade destas pressões, os políticos não podem fazer este jogo", criticou, à margem de uma visita a Massarelos.

Responsabilizando "exclusivamente" a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, por não divulgar os resultados da auditoria à empresa a que presidiu entre meados de 2011 e fim de novembro de 2012, Rui Moreira vincou ter "direito a saber, porque doutra maneira há candidatos que dizem que não há problema nenhum, que se fecha a SRU e depois alguém há de resolver".

"Aquilo que sei é que o relatório está pronto e também sei, mas isso já sabia, que relativamente à minha gestão, só pode ser elogioso. Aquilo que lamento é que este assunto esteja na mão da ministra das Finanças, e que, mais uma vez para prestar um serviço a Luís Filipe Menezes, o relatório não venha a lume", criticou.

Moreira exige, por isso, "que seja revelado relatório da IGF" frisando que "não pode haver veto de gaveta".

"Aqueles senhores são nossos representantes, já me impediram de ir ao parlamento fazer declarações quando fui convidado para isso pelo PS. Não vivemos numa ditadura", vincou.

"Não podemos continuar à espera que todas as questões importantes do país subitamente estejam adiadas para depois do período eleitoral. Não sabemos o que vai acontecer com as reformas, com o orçamento geral do Estado, não sabemos coisa nenhuma. Está tudo como se o país tivesse parado à espera do dia 30 de setembro e eu não vou ficar à espera", alertou.

"Na SRU não há SWAP", ironizou Moreira.

"Mais faltava que depois de tantos anos do 25 Abril ainda haja governantes que pensam que podem utilizar o seu poder discricionário para esconderem o jogo. Não podem, o relatório tem de ser posto a público", acusou.

Rui Moreira referia-se à auditoria que o Governo mandou fazer em junho à empresa de capitais públicos detida em 60% pelo Estado, através do Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU), e em 40% pela Câmara do Porto, depois de ter recusado aprovar as contas de 2012 e de hesitar em pagar os 2,5 milhões de euros relativos à reposição do prejuízo da empresa em 2010 e 2011.

Para além de Rui Moreira, concorrem à Câmara do Porto Luís Filipe Menezes (PSD/MPT/PPM), Manuel Pizarro (PS), Nuno Cardoso (independente), Pedro Carvalho (CDU), José Soeiro (BE), José Carlos Santos (PCTP/MRPP) e José Manuel Costa Pereira (Partido Trabalhista Português).

O social-democrata Rui Rio, eleito pelo PSD/CDS, é presidente da Câmara do Porto há três mandatos e não se pode recandidatar.

ACG // ZO

Lusa/fim

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