Seguro considera "impossível" hipótese de consenso com partidos do Governo

| Política
Porto Canal / Agências

Odivelas, 16 set (Lusa) - O secretário-geral do PS considerou hoje "impossível" qualquer possibilidade de consenso concreto com os partidos do Governo após as autárquicas, alegando que o executivo prossegue uma política de cortes em relação à qual os socialistas se opõem.

Em Guimarães, o Presidente da República voltou a defender um compromisso de médio prazo entre os partidos que subscreveram o memorando da 'troika' (Banco Central Europeu, Comissão Europeia e Fundo Monetário Internacional) que permita reduzir os sacrifícios dos portugueses e relançar a economia.

Após ter participado num debate sobre educação com professores e encarregados de educação na Escola Secundária de Caneças (concelho de Odivelas), o secretário-geral do PS foi questionado pelos jornalistas sobre esta posição do chefe de Estado, mas Seguro fechou a porta à possibilidade de reatar as negociações de julho passado com o PSD e CDS.

"Os consensos e os compromissos em abstrato são sempre coisas positivas, mas o país precisava de um compromisso em concreto, o que é impossível. Este Governo continua a prosseguir uma política de cortes, que a única coisa que faz é empobrecer o país e essa não é a nossa via. A nossa via é enriquecer o país, apostando no crescimento económico e no emprego", contrapôs.

Para o secretário-geral do PS, "é impossível qualquer tipo de consenso com quem não partilha a mesma visão".

Interrogado se o apelo hoje feito pelo Presidente da República não tem qualquer possibilidade real de êxito, o líder socialista respondeu: "Em concreto só é possível haver consensos se houver partilha de pontos de vista".

"Consideramos que não há nenhumas condições para haver qualquer tipo de consenso. Os portugueses sabem que há dois caminhos distintos: Um é o da política do Governo de cortes nas pensões, na escola pública, ou na saúde, mas essa não é a nossa opção. O Governo persiste na política de cortes e vai sozinho", insistiu.

Perante a insistência dos jornalistas sobre a possibilidade de o PS se sentar de novo à mesa com o CDS e com o PSD, António José Seguro contou uma vez mais o diálogo que teve no sábado com um cidadão que, inicialmente, não concordou com a decisão tomada pelos socialistas em julho de romperem as negociações com os partidos do Governo.

"Esse cidadão disse-me: Sei agora que o senhor fez bem, porque eles queriam cortar nas pensões e o senhor esteve sempre contra", disse Seguro, contando essa conversa.

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