Um morto em manifestação da oposição no Camboja
Porto Canal / Agências
Banguecoque, 16 set (Lusa) -- Uma pessoa morreu no Camboja e várias outras ficaram feridas em confrontos entre a polícia e apoiantes da oposição que se manifestaram para denunciar supostas irregularidades nas passadas eleições, revelou hoje a imprensa local.
Mao Chan, de 29 anos, morreu na noite de domingo com um tiro na cabeça num bairro do sul de Phnom Penh, quando um grupo de manifestantes enfrentava a polícia com pedras, com as forças de segurança a responderem com gás lacrimogéneo e tiros para o ar, segundo o "Cambodia Daily".
Pelo menos outras três pessoas foram feridas com tiros, revela um vídio publicado no portal Youtube e que terá sido gravado num centro de saúde da capital e onde era possível ver outros feridos.
Os incidentes surgiram na sequência da manifestação convocada pelo opositor Partido para o Resgate Nacional do Camboja, foi encabeçada pelo seu líder, Sam Rainsy, e juntou cerca de 20.000 pessoas na capital.
O ministro do Interior, Khieu Sopheak, disse que a violência começou depois da polícia ter detetado pessoas armadas entre os manifestantes e o porta-voz da polícia, Kheng Tito, atribuiu os distúrbios a jovens consumidores de estupefacientes.
A oposição começou um protesto de três dias para exigir uma investigação independente sobre as alegadas irregularidades registadas nas eleições de 28 de julho.
O Comité Eleitoral do Camboja confirmou a 08 de setembro a vitória do governante Partido do Povo do Camboja do primeiro-ministro Hun Sem, com 68 lugares conquistados, contra 55 da oposição, que tinha proclamado a vitória com 63 deputados dias depois das eleições.
Depois de conhecer os resultados definitivos Sam Rainsy, que regressou ao país em julho com um perdão real depois de permanecer vários anos no exilio, anunciou que os deputados eleitos pelo seu partido irão boicotar a sessão de abertura do parlamento.
O Comité Eleitoral já disse que não vai abrir qualquer investigação para aclarar irregularidades denunciadas pela oposição devido á falta de provas sobre reclamações de manipulação e fraude eleitoral apresentadas.
O parlamento do Camboja deve iniciar os trabalhos o mais tardar 60 dias depois do ato eleitoral, data que se cumpre a 27 de setembro.
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