Berlim, 05 nov (Lusa) -- Mais de 181 mil refugiados, um terço dos quais sírios, chegaram à Alemanha em outubro, um novo recorde do número de pessoas que procura asilo naquele país, anunciou o ministro do Interior alemão.

Desde o início do ano, a Alemanha já registou mais de 758 mil refugiados. O número de pessoas ultrapassou em outubro o recorde anterior de 163 mil chegadas, em setembro.

Berlim espera receber cerca de um milhão de refugiados este ano e este aumento súbito causou dificuldades às autoridades locais.

Sírios, afegãos e iraquianos lideravam as nacionalidades dos refugiados que entraram na Alemanha em outubro, enquanto o número de migrantes oriundos dos Balcãs desceu muito, em comparação com meses anteriores, depois de o Governo alemão ter imposto medidas que dificultam a obtenção do estatuto de refugiado a nacionais da Albânia, Kosovo ou Sérvia.

A Alemanha também começou a limitar as chegadas a partir do Afeganistão, com o ministro do Interior, Thomas de Maizière, a admitir que o número crescente de refugiados daquele país atingido pela guerra "é inaceitável" -- no mês de outubro foram registados 31 mil afegãos.

"Há um aumento do número de cidadãos da classe média, também de Cabul, e acordámos com o Governo afegão que os cidadãos jovens de famílias da classe média devem permanecer no seu país e reconstrui-lo", disse.

Berlim tem tentado, em vão, durante meses distribuir a carga de migrantes, que, na grande maioria, visam a Alemanha entre os países-membros da União Europeia.

A chanceler alemã, Angela Merkel, tem sido cada vez mais criticada, no seu país e mesmo no seu partido, pela política de porta aberta a refugiados, em particulares aos que provêm da Síria. Também os países próximos, como a Turquia, a Grécia, os Balcãs ou a Áustria, que os refugiados atravessam na sua rota para a Alemanha, têm apelado a Merkel para que termine a sua generosa política de acolhimento.

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