Mulheres com "reduzida expressão" entre os autarcas - DGAI

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Porto Canal / Agências

Lisboa, 14 set (Lusa) -- A Direção Geral de Administração Interna (DGAI) aponta a "reduzida expressão" das mulheres autarcas, pouco mais que um quarto do universo total dos eleitos, apesar de a participação feminina nos órgãos locais registar um "crescimento gradual" nos últimos 30 anos.

De acordo com um estudo da DGAI sobre os resultados autárquicos de 2009, as mulheres representam 27,7% do total de eleitos para as câmaras, assembleias municipais, juntas e assembleias de freguesia, analisados no trabalho (50.637 autarcas, ou seja, 88,2% do total - 57.396 eleitos).

O peso das mulheres é maior nos órgãos deliberativos (assembleia municipal e de freguesia), na ordem dos 30%, do que nos executivos (câmara -- 25,3% - e junta de freguesia -- 20,2%).

"Somente 14% das mulheres ocupam o lugar de presidente", assim distribuídos: 21,5% nas assembleias de freguesia e 10,2% nas assembleias municipais. Nos executivos municipais e de freguesia, 7,7% e 7,6% são liderados por mulheres, respetivamente.

A coligação entre o PCP e os Verdes (CDU) "continua a ser a força política" que elege mais mulheres -- quase um terço dos mandatos (31,8%). "Pelo contrário, o BE e o CDS-PP foram as forças políticas que menos mulheres elegeram, com 24,5% e 24,7%, respetivamente", acrescenta o levantamento da DGAI.

Quanto às restantes forças políticas, o PS teve 28,7% de mulheres, o PSD 26% e o conjunto denominado de "Outros" 27,6%.

A nível territorial, Setúbal destaca-se como o distrito onde a participação feminina é a mais elevada (35%).

A idade média das mulheres autarcas é de 38 anos, sendo a maioria, em termos profissionais, "especialistas das profissões intelectuais e científicas", nos municípios, e nas freguesias são principalmente ligadas à categoria de "pessoal administrativo e similares, pessoal dos serviços e vendedores".

Quanto às eleitas que não pertencem a estruturas partidárias, também aqui as mulheres têm "um peso muito reduzido".

"Enquanto as eleitas por grupos de cidadãos eleitores representam 25,8% do total de eleitos apurados naquelas listas, no que se refere às eleitas independentes, a sua representação fica-se pelos 0,3% do total das mulheres eleitas apuradas", refere o estudo.

Na análise dos últimos 30 anos, constata-se que "o peso relativo das autarcas, no conjunto do número total de eleitos, mais do que quintuplicou".

Em 1982, apenas 5,1% dos autarcas eram mulheres, quando hoje são mais de um quarto do total de eleitos.

Os dados analisados pela DGAI tiveram origem, pela primeira vez, num formulário 'online', que esteve acessível entre novembro de 2009 e durante todo o ano de 2010. O estudo dá continuidade aos levantamentos elaborados desde 1982 e publicados periodicamente desde então.

As eleições autárquicas realizam-se a 29 de setembro.

JH // ROC

Lusa/fim

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