Independentes representam 7,4% dos eleitos
Porto Canal
Mais de 3.600 independentes, entre grupos de cidadãos e não filiados nos partidos, foram eleitos nas autárquicas de 2009, representando 7,4% do total de eleitos no país, segundo um estudo da Direção Geral de Administração Interna (DGAI).
No total, os órgãos municipais e de freguesia contam com 3.639 eleitos entre os grupos de cidadãos eleitores (7,2%) e com 125 autarcas que integraram listas partidárias como independentes (0,2%), do total de 50.637 eleitos analisados pela DGAI - 88,2% do total de autarcas (57.396) escolhidos nas eleições de 2009.
"No terceiro ato eleitoral em que os grupos de cidadãos eleitores se puderam candidatar aos órgãos do município, continua a observar-se um número reduzido de eleitos nesses órgãos", lê-se no documento "Perfil dos Autarcas 2009", publicado na página oficial da Internet da DGAI.
Em 2009, foram sete os independentes que alcançaram a presidência de câmaras municipais (308 municípios a nível nacional), caso dos concelhos de Amares, Alandroal, Estremoz, Redondo, Oeiras, Gondomar e Sines.
No total, 65 independentes foram eleitos para as câmaras municipais (3,2% do total analisado pela DGAI) e 219 obtiveram um lugar nas assembleias municipais (3,4%).
Para as juntas de freguesia foram eleitos 1.002 autarcas entre os grupos de cidadãos eleitores (8,3% do total analisado), com 327 presidências, enquanto nas assembleias de freguesia houve 2.353 eleitos, dos quais 302 são presidentes.
Quanto à distribuição nacional, no Porto, Évora e Braga "o peso dos eleitos nas listas dos grupos de cidadãos eleitores para a câmara municipal é maior que nos restantes distritos", enquanto para a assembleia municipal o distrito do Porto "apresenta o valor mais elevado de Grupos de Cidadãos Eleitores", indica o levantamento da DGAI.
Quanto aos órgãos de freguesia, os distritos de Braga, Porto e Guarda apresentam uma maior percentagem.
Dos eleitos independentes que integram as listas de partidos/coligações e que podem candidatar-se a todos os órgãos autárquicos, "a percentagem de representação dos independentes é de cerca de 0,2% no conjunto dos eleitos", refere o levantamento.
A formação partidária que mais contribui para este valor é os "Outros" (110 candidatos), seguida pelo PS (11), PCP-PEV (2) e PSD e CDS-PP, ambos com um mandato cada.
O distrito com mais eleitos independentes apurados é Braga, com 21,6%, seguido de Lisboa (20,0%) e de Faro (12,8%). Pelo contrário, em Beja, Évora, Santarém e Região Autónoma da Madeira os eleitos independentes apurados são inexistentes, acrescenta a DGAI.
Na última década, registou-se um grande decréscimo de eleitos independentes em listas partidárias: de 7% em 2001 para 3,4% em 2005 e 0,2% nas últimas autárquicas.
Os dados analisados pela DGAI tiveram origem, pela primeira vez, num formulário 'online', que esteve acessível entre novembro de 2009 e durante todo o ano de 2010. O estudo dá continuidade aos levantamentos elaborados desde 1982 e publicados periodicamente desde então.
As eleições autárquicas realizam-se a 29 de setembro.